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Mostrando postagens de 2019

Fim de Ano

Mais um ano que está a terminar.  Um ano de sonhos, de esperanças, de expectativas. Um ano, como tantos outros, que começou com metas e prazos para cumprir, com resoluções e propósitos de mudança.  Mas, agora que está no fim, quantos desses propósitos foram concretizados?  Quantas metas foram atingidas?  O que mudou na nossa vida ao longo de um ano inteiro?  O que atingimos, o que alcançamos, o que conquistamos, ao longo dos últimos 365 dias?  Será que estamos onde queremos estar?  E será que fizemos algo para mudar?  Fizemos o suficiente para sairmos de onde estamos?  Todos os finais de ano funcionam, consciente ou inconscientemente, como uma espécie de reflexão, de retrospectiva daquilo que vivemos ao longo dos últimos 12 meses.  E, todos os anos, acabamos pedindo e desejando a mesma coisa para o ano seguinte. Mas será que estamos, de facto, a lutar para conseguirmos sair do sítio e chegar onde queremos?  Na maioria das vezes não.  E falo em causa própria. 

Amor de reserva

Não devemos dar tudo de nós, porque se dermos tudo, com o que ficamos? Ficamos sem nada.  Se nos dermos por inteiro, o que restará para nos refazermos?  Devemos dar-nos na medida em que recebemos, na medida em que amamos, mas sem deixar que nos levem tudo, que nos levem a alma, que nos arranquem o coração.  Porque depois, quando os dias passarem e ficarmos vazios, o que nos restará para recomeçar?  Onde iremos buscar os pedaços para nos refazermos, para nos reerguermos, para voltarmos a estar inteiros? Nunca devemos dar tudo porque, pura e simplesmente, também precisamos de nós, do nosso amor, do nosso respeito, da nossa alma. No fundo, precisamos de deixar algumas reservas guardadas, para que, quando necessário, as possamos ir resgatar para nós mesmos.  Porque se dermos tudo, o que nos resta?  Apenas uma carcaça do amor que tínhamos e que dificilmente se voltará a recompor.  O amor deve ser repartido, partilhado, dado de coração aberto mas, tendo sempre em mente, que

Sonhos

Vale a pena sonhar?  Vale a pena construir castelos no ar?  Vale a pena imaginar  futuros longínquos onde realizamos todos os nossos sonhos e desejos? Valerá sempre a pena.  Se nos cortarem a capacidade de sonhar, de lutar para que se concretize aquilo que mais desejamos, de nos deitarmos com a esperança de que o amanhã será mais risonho, a nossa vida perderá a cor.  Perderíamos a fé no futuro e os dias perderiam a magia.  Se os sonhos se irão realizar?  Muitas das vezes não.  Demasiadas vezes até, em muitos casos.  Mas se deixarmos de o fazer, de ter esperança, de sonhar, de imaginar metas e desejos, a vida torna-se insuportável.  Temos sempre que acreditar numa luz ao fundo do túnel, numa saída para as mais difíceis situações, numa resolução para o mais complicado problema.  Se perdermos a esperança no futuro, estaremos a deixar-nos levar pela maré e, aí, não iremos para onde queremos ir e sim para onde nos levam. Iremos apenas na corrente, sem escolha do desti

As dores dos outros!

As dores dos outros são sempre fáceis de julgar. É muito fácil falar, aconselhar, dar palpites, quando se está de fora. Achamos que somos os donos da verdade, temos a mania que sabemos tudo, que podemos opinar sobre tudo mas, na verdade, só sabemos verdadeiramente, quando nos toca a nós. Porque por mais que achemos que estamos a entender a dor do outro, que estamos a partilhar da sua dor, a verdade é que não estamos. Cada um, no seu interior, tem uma forma diferente de sentir, de lidar e de enfrentar as situações. Cada um sabe de si. E há dores que são só nossas! Porque só nós é que as sentimos, que as vivemos, que as sofremos. E, só sofrendo na nossa própria pele, poderemos sentir de verdade. Podemos até viver situações idênticas, semelhantes, mas ninguém sofre igual, ninguém sente igual. Por isso, não julguem, não interpretem as dores dos outros, não achem que entendem. Não achem que sabem tudo! E sobretudo, não minimizem as dores dos outros, achando que os problemas deles

Setembro

Vem Setembro... E traz contigo a mudança que precisamos. Eu, nós, os nossos, o mundo... Que os ventos que vêm sejam aprazíveis, que tragam a bondade, a amizade, a riqueza de espírito, o valor certo no sítio certo, a abundância de amor, de trabalho, de união e força... Que se redobrem as alegrias, os bons momentos, as amizades puras e sinceras, os bons corações... Vem Setembro... E traz-nos aquilo que mais precisarmos... The Blue Ladybird ❤️

Valeu a pena?

Tu, que sempre foste amável com todos, o que te move? Onde estás tu? O que ganhaste com isso? Valeu a pena? Tu, que sempre deste amor sem esperar nada em troca, quanto desse amor recebeste de volta? Quantas vezes recebeste sem dar? Quantas vezes a recompensa chegou mesmo sem a esperares? Valeu a pena? Tu, que sempre foste exemplo de lealdade e verdade, viste o teu exemplo ser seguido? Foste tratado de igual forma? Foi-te dado o melhor de cada um? Valeu a pena? Tu, que sempre foste transparente, que sempre agiste com clareza, conseguiste transmitir a mensagem? Foste entendido por todos? Transmitiram-te com clareza de volta? Valeu a pena? Tu, que sempre deste o melhor de ti, que sempre deste o teu melhor lado, com que lado foste brindado? Viste sempre o melhor dos outros a voltar para ti? Valeu a pena? Tu, que abraçaste a vida com toda a convicção, que abriste os braços de par em par, o que recebeste entre eles? Ela abraçou-te de volta? Foste reconfortado? Valeu a pena? Tu, que sem

Onde queremos estar?

Se fizermos o exercício de fechar os olhos e imaginar como queríamos que a nossa vida fosse, será que muita coisa mudava? Será que estávamos no mesmo lugar, da mesma forma, com as mesmas metas, as mesmas conquistas, os mesmos sonhos... Será que teríamos na nossa vida as mesmas pessoas, ou teríamos deixado algumas pelo caminho e resgatado outras tantas que se perderam na estrada da vida? Será que as nossas ideias e os nossos ideais se mantém intocáveis ou abandonamos alguns e abraçamos novos? Nem sempre a vida nos leva pelo caminho que traçamos, nem sempre esse caminho nos leva onde pensámos que levava. Nem sempre os sonhos se realizam, outras vezes não se realizam à primeira nem segunda tentativa e nem sempre aquilo que sonhámos se revela naquilo que realmente queríamos para nós. Nem sempre as pessoas ficam para sempre, outras vezes ficam mas longe do olhar. Há pessoas que não víamos com clareza e a vida se encarrega de nos mostrar como verdadeiramente são. Umas vezes fica

Definir o Amor

O que é o amor? Como entra na nossa vida? Como o definimos? Como o vivemos? Como nos adaptamos? Não é fácil definir o amor tal como, muitas vezes, não é fácil exprimi-lo. O amor, não sendo uma coisa concreta, um objecto que podemos olhar e tocar, torna-se difícil de descrever. Sendo uma coisa subjectiva, cada olhar o vê de uma forma diferente. Mas o que é para nós o amor? Esse sentimento que nos arrebata e nos faz sofrer. Que nos tira o ar e nos dá novo fôlego. Que nos aperta o coração e o faz transbordar. Que nos faz sorrir de felicidade e chorar de saudade. Que nos dá ânimo para seguir e raízes para ficar. Que nos acelera o coração e nos deixa com borboletas na barriga. Há muitas formas de amor e muitas formas de o sentir... Há muitas interpretações, muitas definições, muitas teorias até. Mas, cada um de nós, o sente e vive de forma distinta. Há quem o valorize e saiba o quão importante é na nossa vida e há quem se comporte como se dele não precisasse

Crianças com Amor

Quando uma criança brinca o mundo para. O tempo deixa de fazer sentido, o amanhã não interessa, porque para elas, o aqui e agora, é a única coisa que importa. Importam os mundos de faz de conta, os sonhos encantados, os unicórnios e os arco-íris, as cores, os sabores, os risos e as gargalhadas. Para uma criança feliz não importa o mundo lá fora, não interessa o mundo que a rodeia para além do seu castelo. Uma criança feliz não carrega o ódio, a guerra, não semeia a dor nem a discórdia. Uma criança feliz distribui essa felicidade e reparte-a com os outros. Uma criança feliz dá na medida em que recebe, amor, amizade, carinho, compreensão, força, alento, lealdade. Poderá ser uma frase feita dizer que o mundo, o futuro, pertence às crianças, mas é uma verdade elementar. As crianças que educamos hoje, serão os homens e mulheres de amanhã e serão o espelho da sociedade e da educação que tiveram. Hoje, para elas, o amor que recebem, faz com que se sintam bem, com que sejam fe

Voltar à infância...

Quando somos crianças ansiamos por ser adultos, por crescer... Muitas das nossas brincadeiras de então, tal como as das crianças de agora, passam por desempenhar papéis de pessoas crescidas. Queríamos ser as mães, as professoras, os médicos, fazíamos comida, trabalhávamos, conduzíamos... Todos os papéis que fazíamos subentendiam alguém adulto. E queríamos crescer, para podermos fazer isto tudo de uma forma real. Ninguém nos avisou que crescer era uma armadilha! Ninguém nos disse que fazer isto tudo a brincar era fixe, mas na vida real não é bem assim! Ninguém nos disse que ser criança era tão mais divertido! Mas podemos sempre encontrar um intervalo na vida real e fingir que somos crianças novamente! Fingir que somos crianças a fingir-nos de adultos! Basta entrarmos na brincadeira das crianças. Aceitarmos por umas horas brincar com eles e voltar atrás no tempo. E aí tudo volta a ser como antes, mesmo que com tempo contado. Não podemos é colocar limites à imaginação, não

O amanhã...

O que podemos esperar do futuro?  O que está reservado para nós, bem lá à frente, naquele futuro que esperamos que seja risonho?  Há quem pense muito no futuro, no que aí vem, há quem pense onde e como estará daqui a uns anos e sonhe com realizações pessoais e profissionais, com o concretizar de um ou outro desejo.  Há quem sonhe com o amor ideal, com uma família perfeita, com dinheiro, casa e um trabalho que preencha todos os requisitos.  Há também quem, apesar de pensar no amanhã, apesar de também sonhar, apenas vá vivendo o dia-a-dia, travando as lutas conforme elas se apresentam, sem pensar demasiado no que pode acontecer.  Todos desejamos ser felizes, ter uma vida boa, amigos por perto, uma casa nossa, ter dinheiro suficiente para viver sem grandes sobressaltos, ter uma família que nos acolha ao final do dia...  A vida é feita de sonhos, de projetos, de desejos. Mas não devemos viver focados apenas no futuro, nem em pensar como estará a nossa vida daqui a 10 ou 20 ano

Memória

O que nos diz a memória?  O que nos traz?  Como lidamos com as memórias?  De pessoas, de lugares, de sentimentos, de outros tempos e outras vidas...  Nem sempre é fácil lembrar.  Há memórias que nos fazem sorrir, que nos devolvem a momentos onde fomos felizes, onde sorríamos sem medos, sem reservas, onde tudo era perfeito, naquele tempo e espaço.  Memórias que nos deixam com o coração mais quente, que nos mostram aquilo que vale a pena e aquilo por que vale a pena viver.  Mas há o outro lado da moeda. As memórias que nos ferem, que nos magoam ou, simplesmente, nos deixam tristes.  Alguém que já partiu e que gostávamos desesperadamente de abraçar.  Dias felizes que se foram e que sabemos que, aqueles dias, aqueles momentos, aquelas pessoas, estarão para sempre presos no passado.  Pessoas que saíram da nossa vida, por um ou outro motivo, pessoas que faziam parte da nossa vida e passaram a fazer parte da nossa história.  A vida é feita de memórias.  Boas ou más, a

O que queres ser quando fores grande?

Esta é a pergunta que mais fazem às crianças. Também a fizeram a nós. E o que respondemos? "Eu quero ser bombeiro." "Eu quero ser médico." "Eu quero ser astronauta." "Eu quero ser jogador de futebol." "Eu quero ser professora."... Decerto que estas respostas foram ditas vezes sem conta. Eu queria ser professora. Sempre gostei de letras e cadernos, de canetas e lápis, de palavras e escrita. Adorava o cheiro dos cadernos no início do ano escolar, as folhas em branco prontas a serem preenchidas, as canetas novas prestes a serem estreadas. Ainda hoje gosto. De cadernos, livros e canetas. E de escrever, de preencher uma folha em branco. Não fui professora. E ainda bem, porque aprendi que não tenho assim tanto jeito para ensinar. Não tenho o dom de captar a atenção dos outros e fazê-los apreender aquilo que lhes digo, aquilo que lhes quero transmitir. Quando somos crianças, os sonhos estão mais perto, são mais fácei

A Mãe!

Não posso falar pelos outros, não estou no lugar dos outros. Mas posso falar por mim, posso falar pelos meus e eu sei que tenho a melhor Mãe do mundo... E arredores também! Ela é a personificação daquilo que é, ou deveria ser, ser Mãe. O amor, o carinho, a verdade, o aconchego, o colo, o abraço, o ninho, a ajuda, a mão estendida, o sorriso nos lábios... Poderia continuar o dia todo com adjectivos e apenas coisas boas a dizer. Ela é a que abraça e dá alento, mesmo quando não o tem para ela, é a que ajuda mesmo quando também ela precisa, é a que dá a mão, mesmo quando precisa de um braço. Fomos criados sempre no amor e na compreensão, sem ser preciso a rigidez para lhe termos o maior dos respeitos. Ela é a nossa união, a nossa força, o nosso porto de abrigo, sempre. Percebe os sinais, percebe nas entrelinhas e conhece-nos profundamente. Este é o pilar da nossa família, aquele que deveria existir em todas as casas, em todas as famílias, em todos os lares. Se a educação fosse

As nossas dores...

Como é que se arranca do peito a dor? Aquela dor que nos domina por completo e nos entorpece os sentidos. A dor que nos agarra as entranhas e nos consome por dentro. Uma dor que destrói, que nos destrói e nos deixa sem chão, sem visão, sem qualquer réstia de nós mesmos. Nem sempre é fácil renascer das cinzas, nem sempre é possível fazê-lo. Há dores que, pura e simplesmente, não acabam e nos seguem para onde quer que vamos. Que passam a fazer parte de nós, que nos moldam e nos tornam em alguém diferente daquilo que somos, daquilo que fomos, daquilo que gostávamos de ser. Algumas, vão-se diluindo nos dias que passam. Tornam-se mais suportáveis e menos penosas. Talvez por serem menores ou mais aceitáveis, talvez por aprendermos a olhá-las de outra forma, com um outro olhar. Mas as maiores, aquelas que nos ferem a alma, aquelas que abalam toda a nossa estrutura e nos fazem questionar os deuses, essas dificilmente se tornarão menores. Dificilmente as vamos compreender por com

Ser o que não somos...

Estamos na era das aparências. Toda a gente se quer mostrar o mais perfeita possível. Mesmo que na realidade estejam bem longe dessa perfeição. Se olharmos para as redes sociais, veremos fotos de pratos com aspecto apetitoso, rostos perfeitamente maquilhados, roupas glamourosas, poses estudadas para garantir o melhor ângulo, famílias felizes e sorridentes, vidas maravilhosas com tudo aquilo que se pode desejar. Isto é o que passa para o lado de cá... Isto é o que se quer passar para o lado de cá. Chega o Natal, a Páscoa, ou uma outra festa qualquer e é ver a correria em busca do trapinho perfeito. Gastam-se balúrdios para que os filhotes fiquem impecáveis e, de preferência, mais vistosos que os do vizinho! Ninguém é perfeito, ninguém tem de o ser. As vidas de cada um têm altos e baixos, têm dias perfeitos e dias mais ou menos e ainda dias maus. Devemos cuidar bem de nós, devemos aproveitar a vida, aquilo que ela tem de bom, devemos cuidar sempre dos filhos para que andem

Estás onde gostavas de estar?

A pergunta pode ser no sentido figurado ou literal.  Nem sempre estamos onde gostaríamos de estar, geograficamente falando. Mas também, muitas vezes, não estamos onde gostaríamos de estar, num sentido mais figurado, no sentido pessoal ou profissional ou na vida em geral.  Estás a fazer aquilo que gostarias de fazer?  Estás a dar tudo de ti para mudar, para alcançar os teus sonhos, estás a correr atrás daquilo que sempre perseguiste?  Ou estás parada, confusa, sem reacção?  Por vezes é necessário parar para ganhar balanço e recuperar o fôlego. Para pensar naquilo que queremos, para sonhar, para nos equilibrarmos antes de seguir caminho.  Mas depois, é necessário começar a andar, dar o primeiro passo, escolher caminhos e atalhos que, de facto, nos levem onde esperamos ir.  Não estás onde gostavas de estar?  Então mexe-te!  Corta as raízes que te prendem, aquelas que não te alimentam e apenas te seguram no mesmo lugar. Deixa apenas aquelas raízes que te dão alimento, qu

O túnel

Estamos num túnel.  Olhamos para a frente e tentamos chegar ao seu final.  Tentamos seguir em frente, correr, não parar até vermos o que há lá no fim.  Andamos sem pausas, sem pensar em mais nada que não seja alcançar o fim deste corredor infinito.  E passamos a vida assim, sempre a andar em frente, sempre a seguir, sem desviar do caminho, com o único pensamento no fim do túnel.  Mas e se, ao longo do túnel, que nos leva não sabemos onde, houver algo mais?  E se, afinal, aquilo que está lá à frente não for o mais importante?  E se, a luz ao fundo do túnel, o final que buscamos, não for o final, mas sim o túnel em si?  E se a luz não estiver no final mas sim no percurso?  Se olharmos em volta, ao invés de apenas olhar em frente, poderemos ver que este longo corredor, tem portas e janelas, tem quartos e salas, tem jardins e canteiros, prontos a serem explorados.  Se dermos um passo ao lado e abrirmos a janela que ali se encontra, veremos que há uma paisagem, que há a

O que a vida nos tira, o que a vida nos dá.

Ao longo da vida vamos ganhando umas coisas e vamos perdendo outras. Normalmente, temos a tendência para olhar mais e valorizar mais, aquilo que perdemos, aquilo que não conseguimos. Eu, pelo menos, sou bastante assim. Há dias em que só nos conseguimos focar naquilo que perdemos, naquilo que tínhamos e já não temos, naquilo que era nosso e nos fugiu das mãos, naquilo que tínhamos como certo e ficou mais incerto, naquilo que nunca pensámos perder mas que desabou como um castelo de cartas. E isto aplica-se a tudo na vida. Aos sonhos, aqueles que temos desde sempre, desde que nos conhecemos, aqueles que sonhamos de olhos abertos e construímos no ar, que pensamos que mais cedo ou mais tarde vamos concretizar, mas que muitas vezes não passam disso mesmo, de sonhos. E lá permanecem, num mundo paralelo, ao qual voltamos algumas vezes, mas que sabemos que, nem sempre, as coisas que queremos e ansiamos acontecem, porque não tem que ser. Às metas, aquelas que traçamos para o nosso fut

O que me faz feliz?

Podemos passar os dias a reclamar da vida, a pensar em tudo aquilo que não temos, em tudo o que gostaríamos de ter e em tudo aquilo que já perdemos. A verdade é que, muitas das vezes, a vida não é perfeita, aliás, é muito diferente daquilo que imaginámos, daquilo que sonhámos para nós. Há muitos sonhos por realizar, muitas metas por cumprir e outras tantas que foram por água abaixo, muitas pessoas que ficaram pelo caminho. A vida é mesmo assim. Mas também há conquistas, também há dias felizes, também há batalhas ganhas, mesmo que nem sempre as vejamos. Então, o que é que nos faz felizes? Estar com aqueles que amamos e aproveitar cada momento para dar e receber amor. Respirar o ar puro, o ar do mar, aquele que nos chega a salpicar o rosto. Ver o pôr-do-sol. Vê-lo ir descendo devagar até sumir no horizonte. Apanhar sol. Deixá-lo entrar na pele e penetrar nos poros até nos aquecer a alma. Rir. Rir sem motivo, rir sem parar, rir até nos doer a barriga e nos fazer chora

Pessoas especiais...

Nem toda a gente tem a capacidade de amar desinteressadamente, sem esperar nada em troca. Nem todos amam sem medida, sem desculpas, sem limite, com todo o coração e com toda a alma. Nem todos têm o dom de abrir o coração sem subterfúgios, sem medos, sem reservas. Há pessoas especiais, com o dom de amar acima de tudo, que nasceram apenas para dar e receber amor e ensinar que na vida tudo nos serve de ensinamento, de aprendizagem e que o amor tudo supera. Estas pessoas são especiais, dão-nos muito mais do que tudo aquilo que seremos capazes de dar em troca. Há 23 anos nasceu uma dessas pessoas. Tem um cromossoma a mais e o dom de nos fazer felizes. Poderá parecer um lugar-comum, mas esse cromossoma extra é, sem dúvida, o do amor. E mesmo que no início tudo possa ter sido duvidoso, com receios e medos de algo diferente e desconhecido, o tempo provou que unidos, com tempo, calma e muito carinho, todos os obstáculos seriam ultrapassados. Os tempos são mais lentos, mas o cam

Estar só ou ser só...

Quem está sozinho, nem sempre está só. Porque estar só tem a ver com a forma como nos sentimos, com a forma como lidamos com a solidão, a forma como nos sentimos com isso. A solidão pode e deve ser boa. Devemos sentir-nos bem connosco, com a nossa companhia, com o nosso silêncio. E, a partir daí, a partir da nossa solidão, lidar com os outros, abrir-nos ao mundo, mas partindo sempre de nós mesmos primeiro. A solidão não tem que ser triste, porque precisamos de tempo para nos conhecermos, para nos ouvirmos, para limparmos a alma. E, nem sempre, quem está de fora consegue entender quem está sozinho. A sociedade acha sempre que as pessoas só estão bem se estiverem casadas, se tiverem um par, se constituírem uma família. Mas porque é que tem que ser assim? Nem toda a gente encontra alguém com quem queira dividir a vida e nem sempre se está disposto a abdicar da nossa liberdade, do nosso espaço, em abrir mão do nosso eu, para nos adaptarmos a outra pessoa. E isso não tem qu

Copo meio cheio

Há dias de Primavera, cheios de cor, sol morno, cheiro a flores e pássaros a esvoaçar e há dias de Outono, sombrios, escuros e frios. Há dias de Verão com o sol a brilhar, sabor a sal e mar e o calor a emanar pelos poros e há dias de Inverno, chuvosos, de nuvens carregadas e ventos descontrolados. Há dias felizes, cheios de risos e gargalhadas, de palavras soltas e brisas suaves e há dias tristes em que as lágrimas se soltam, as comportas se abrem e os fantasmas andam à solta. Há dias bons em que aproveitamos cada minuto, esprememos cada segundo e terminamos de alma lavada e coração leve e há dias maus em que, por mais que se esprema nada se retira, nada se aproveita, nada aproveitamos. Nem sempre retiramos o melhor dos dias, nem sempre os dias nos dão o que precisamos ou o que merecemos. Nem sempre recebemos de volta aquilo que semeamos, aquilo que damos de nós, aquilo que devíamos, por direito, receber. Nem sempre damos o suficiente para receber em troca e a vida mostra-

Ser Mulher!

Hoje celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Mas o que significa ser mulher? Ou melhor, o que significa, hoje em dia, ser mulher? Cada vez mais tentamos lutar pela igualdade e pela emancipação da mulher, pela liberdade, pelos direitos, pelo respeito. Nem sempre é fácil fazer valer as nossas ideias, os nossos ideais, aquilo que é nosso por direito, nem sempre é fácil mostrar que somos tão ou mais valiosas que os homens, em muitos aspectos. Não sou de comprar guerras com ninguém, não sou fundamentalista, acho que é necessário haver equilíbrio e bom senso. Há muitos homens maus, tal como há muitas mulheres más. Não é característica de um género só. Mas acredito também, que muitas vezes, a tal liberdade que alcançamos, se vira contra nós mesmas. Acho que, em muitos casos, ao tentarmos mostrar a nossa liberdade e a nossa igualdade, caímos no exagero e no ridículo. Cada vez mais se vê, e cada vez mais em mais tenra idade, meninas a quererem ser mulheres, a mostrar-se adultas

Quem está e quem não está...

Quem nos puxa para cima quando estamos a resvalar montanha abaixo? Quem nos dá a mão quando nos estamos a afundar? Quem nos chama à razão quando não temos razão para acreditar seja em que for? Quem segue lado a lado connosco quando estamos sem forças para caminhar? Quem nos diz o que precisamos ouvir quando todas as palavras nos parecem vazias e ocas? Quem nos puxa pelo braço para nos voltarmos a levantar após mais uma queda? Quem se mantém firme ao nosso lado, apesar de nos sentirmos sem ânimo, sem brilho, sem alegria? Quem continua a amar-nos e a dar-nos amor, apesar de não conseguirmos dar na mesma medida? Quem nunca nos abandona, mesmo quando nós mesmos já nos abandonamos há muito tempo? Quem nos diz "Como estás?", "Precisas de ajuda?", "Estou aqui!", "Gosto de ti!" vezes e vezes sem conta? Em quem pensamos mal temos algo para contar, quando alguma coisa corre mal, quando temos uma boa notícia? Podemos ter vários proble

Ninguém mas alguém

Eu não sou ninguém. Mas eu sou alguém. Nunca fiz nada de relevante para mudar o mundo. Mas tenho feito, aqui e ali, alguma mudança em alguns mundos. Não sou mais que apenas uma gota no oceano. Mas sei que, para alguns oceanos, essa pequena gota faz toda a diferença. Não sou uma pessoa excelente. Mas mostro a minha excelência a quem a conseguir despertar. Não sou uma pessoa amorosa. Mas dou todo o meu amor incondicional a quem o conseguir cativar. Sou mal-humorada, com mau feitio e refilo demais. Mas sou divertida, alegre e acessível para quem passar para o lado de dentro da barricada. Não sou perfeita, não o quero ser. Não estou sempre bem, não o posso estar. Nem sempre dou tudo o que tenho, nem todos me merecem isso. Dou na medida em que recebo, umas vezes mais, outras vezes menos, por vezes não o suficiente, outras mais que o necessário. Nem sempre avalio bem as pessoas, nem sempre sou bem entendida pelos outros. As coisas são o que são. Há dias e encontros bons, em

Amor, nós e os outros.

Para se amar alguém verdadeiramente, devemos em primeiro lugar, amar-nos a nós mesmos. Amar a nossa maneira de ser, de estar, de sentir. Conhecermo-nos profundamente e saber aquilo que queremos, de que gostamos, aquilo que estamos dispostos a dar e aquilo de que nunca abriremos mão. Ao longo da vida vamos, certamente, mudar umas quantas vezes de opinião, vamos enganar-nos outras tantas, em relação a algo ou alguém, vamos moldar-nos a pessoas e situações. Porque relacionar-nos com os outros é isso mesmo. Aprender a ser diferente, a partilhar, a ser melhor, ceder em certos pontos, para que a convivência seja salutar. Não adianta bater o pé em coisas que não são importantes, porque faz parte da vida aprender com o que nos rodeia e abandonar ideias que já não fazem sentido. Mas temos que continuar a ser nós. Não podemos mudar a nossa personalidade, o nosso ser, a nossa essência, porque aí deixaríamos de existir. A nossa forma de estar, de ser, de agir, de falar, faz parte da nossa

A esperança do tempo

Sempre nos disseram que o tempo cura tudo, que ajuda a cicatrizar as feridas, a apaziguar as almas revoltadas, a acalmar as mágoas. E nós esperamos… Deixamos o tempo passar, aguardamos dia após dia, que ele faça o seu efeito, esperamos ansiosamente que tudo passe, que tudo volte ao seu lugar. Deitamo-nos, um dia após o outro, e pensamos “será amanhã?” Será que após esta noite tudo girará de novo no seu eixo natural? Será que ao raiar da aurora tudo terá passado? E assim vamos passando o tempo, a aguardar que o tempo passe. A esperança de que esta teoria esteja certa, vai-nos alimentando, vai-nos permitindo aguardar, vai-nos levando pelos dias em busca da sua concretização. E quando o tempo já passou? Dias, semanas, meses… E tudo se mantém igual… Quando as dores que era suposto estarem curadas, continuam a arder. Quando as mágoas que deveriam ter desvanecido, continuam a sufocar. Quando as feridas que já deviam estar saradas, se mantêm em carne viva. Quando

O nosso Norte…

Quando perdemos o Norte e ficamos meio à toa na vida, como conseguiremos seguir em frente? Quando tudo aquilo que julgávamos certo, tudo aquilo que estava enraizado na nossa vida é cortado pelo pé, nos é arrancado como num vendaval, como voltamos a florescer? Nem sempre as respostas nos aparecem claramente. Nem sempre nos levantamos na manhã seguinte. Por vezes precisamos de um período de hibernação, onde reflectimos, onde sofremos, onde olhamos em volta à procura de uma luz, mas nos sentimos completamente às escuras. As coisas nem sempre são preto e branco. Muitas vezes há uma grande quantidade de tons que nos baralham, nem sempre o branco é tão branco assim e se torna bege, e nem sempre o preto é tão negro e se torna cinza. Mas há dias para tudo, dias em que parece que não há volta a dar e dias em que parece que demos a volta. Dias em que vemos tudo fechado e dias em que vemos uma fresta na janela. Dias em que estamos rodeados de escuridão e dias em que vemos uma luz q

As inconsistências do tempo

O tempo é uma coisa estranha. Quando estamos à espera de uma data especial, de algo bom que irá acontecer, parece que o tempo se arrasta, que os relógios do mundo decidiram parar, que os dias congelam sem sair do lugar. Mas quando queremos que o tempo abrande, que passe devagar, que se detenha num determinado instante, ele passa a correr, basta piscar os olhos e o momento já passou. Quando estamos bem, com alguém de quem gostamos, quando nos sentimos felizes, alegres, em paz, o tempo passa num segundo, quando nos apercebemos já ficou para trás, já acabou, já voltamos à realidade. Por outro lado, quando estamos em locais que nos sufocam, em situações difíceis, onde tudo o que queríamos era poder sumir como que por magia, os ponteiros teimam em não sair do lugar, arrastando a realidade por um tempo que nos parece infinito. Como podemos contrariar o mau feitio do tempo? Na verdade, o tempo passa sempre da mesma forma, pouco se importando com aquilo que estamos a sentir, compl