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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

Ninguém mas alguém

Eu não sou ninguém. Mas eu sou alguém. Nunca fiz nada de relevante para mudar o mundo. Mas tenho feito, aqui e ali, alguma mudança em alguns mundos. Não sou mais que apenas uma gota no oceano. Mas sei que, para alguns oceanos, essa pequena gota faz toda a diferença. Não sou uma pessoa excelente. Mas mostro a minha excelência a quem a conseguir despertar. Não sou uma pessoa amorosa. Mas dou todo o meu amor incondicional a quem o conseguir cativar. Sou mal-humorada, com mau feitio e refilo demais. Mas sou divertida, alegre e acessível para quem passar para o lado de dentro da barricada. Não sou perfeita, não o quero ser. Não estou sempre bem, não o posso estar. Nem sempre dou tudo o que tenho, nem todos me merecem isso. Dou na medida em que recebo, umas vezes mais, outras vezes menos, por vezes não o suficiente, outras mais que o necessário. Nem sempre avalio bem as pessoas, nem sempre sou bem entendida pelos outros. As coisas são o que são. Há dias e encontros bons, em

Amor, nós e os outros.

Para se amar alguém verdadeiramente, devemos em primeiro lugar, amar-nos a nós mesmos. Amar a nossa maneira de ser, de estar, de sentir. Conhecermo-nos profundamente e saber aquilo que queremos, de que gostamos, aquilo que estamos dispostos a dar e aquilo de que nunca abriremos mão. Ao longo da vida vamos, certamente, mudar umas quantas vezes de opinião, vamos enganar-nos outras tantas, em relação a algo ou alguém, vamos moldar-nos a pessoas e situações. Porque relacionar-nos com os outros é isso mesmo. Aprender a ser diferente, a partilhar, a ser melhor, ceder em certos pontos, para que a convivência seja salutar. Não adianta bater o pé em coisas que não são importantes, porque faz parte da vida aprender com o que nos rodeia e abandonar ideias que já não fazem sentido. Mas temos que continuar a ser nós. Não podemos mudar a nossa personalidade, o nosso ser, a nossa essência, porque aí deixaríamos de existir. A nossa forma de estar, de ser, de agir, de falar, faz parte da nossa

A esperança do tempo

Sempre nos disseram que o tempo cura tudo, que ajuda a cicatrizar as feridas, a apaziguar as almas revoltadas, a acalmar as mágoas. E nós esperamos… Deixamos o tempo passar, aguardamos dia após dia, que ele faça o seu efeito, esperamos ansiosamente que tudo passe, que tudo volte ao seu lugar. Deitamo-nos, um dia após o outro, e pensamos “será amanhã?” Será que após esta noite tudo girará de novo no seu eixo natural? Será que ao raiar da aurora tudo terá passado? E assim vamos passando o tempo, a aguardar que o tempo passe. A esperança de que esta teoria esteja certa, vai-nos alimentando, vai-nos permitindo aguardar, vai-nos levando pelos dias em busca da sua concretização. E quando o tempo já passou? Dias, semanas, meses… E tudo se mantém igual… Quando as dores que era suposto estarem curadas, continuam a arder. Quando as mágoas que deveriam ter desvanecido, continuam a sufocar. Quando as feridas que já deviam estar saradas, se mantêm em carne viva. Quando

O nosso Norte…

Quando perdemos o Norte e ficamos meio à toa na vida, como conseguiremos seguir em frente? Quando tudo aquilo que julgávamos certo, tudo aquilo que estava enraizado na nossa vida é cortado pelo pé, nos é arrancado como num vendaval, como voltamos a florescer? Nem sempre as respostas nos aparecem claramente. Nem sempre nos levantamos na manhã seguinte. Por vezes precisamos de um período de hibernação, onde reflectimos, onde sofremos, onde olhamos em volta à procura de uma luz, mas nos sentimos completamente às escuras. As coisas nem sempre são preto e branco. Muitas vezes há uma grande quantidade de tons que nos baralham, nem sempre o branco é tão branco assim e se torna bege, e nem sempre o preto é tão negro e se torna cinza. Mas há dias para tudo, dias em que parece que não há volta a dar e dias em que parece que demos a volta. Dias em que vemos tudo fechado e dias em que vemos uma fresta na janela. Dias em que estamos rodeados de escuridão e dias em que vemos uma luz q

As inconsistências do tempo

O tempo é uma coisa estranha. Quando estamos à espera de uma data especial, de algo bom que irá acontecer, parece que o tempo se arrasta, que os relógios do mundo decidiram parar, que os dias congelam sem sair do lugar. Mas quando queremos que o tempo abrande, que passe devagar, que se detenha num determinado instante, ele passa a correr, basta piscar os olhos e o momento já passou. Quando estamos bem, com alguém de quem gostamos, quando nos sentimos felizes, alegres, em paz, o tempo passa num segundo, quando nos apercebemos já ficou para trás, já acabou, já voltamos à realidade. Por outro lado, quando estamos em locais que nos sufocam, em situações difíceis, onde tudo o que queríamos era poder sumir como que por magia, os ponteiros teimam em não sair do lugar, arrastando a realidade por um tempo que nos parece infinito. Como podemos contrariar o mau feitio do tempo? Na verdade, o tempo passa sempre da mesma forma, pouco se importando com aquilo que estamos a sentir, compl

Que mundo é este?

O mundo está imundo. Carregado de ódio, invadido por pessoas de mau carácter, ou sem carácter nenhum, cheio de gente desumana, que não valoriza a vida, nem a sua nem a de quem está próximo. Cada dia aumenta o desamor, o rancor, a raiva. Todos os dias sobe o desrespeito pelos outros, pela vida humana. Como é possível desrespeitar aquilo que temos de mais sagrado? Como é possível não olhar a meios para atingir o final que se quer? Como podemos viver num mundo onde o ódio cresce ao virar da esquina? Onde se mata quem deveríamos ter de mais precioso, apenas por cobiça, por mesquinhez, por egoísmo… Como podemos esperar um mundo melhor, se a cada dia que passa, morre mais uma mulher, vítima da maldade de quem um dia amou. O amor não é isto! O amor leva-nos a sermos melhores, a querermos o bem de quem amamos, a preferir sofrer no lugar dessa pessoa, a querer sempre o melhor para ela, mesmo que longe de nós… O amor não nos faz matar por ciúme, por egoísmo, por desejar alguém a