Não devemos dar tudo de nós, porque se dermos tudo, com o que ficamos? Ficamos sem nada.
Se nos dermos por inteiro, o que restará para nos refazermos?
Devemos dar-nos na medida em que recebemos, na medida em que amamos, mas sem deixar que nos levem tudo, que nos levem a alma, que nos arranquem o coração.
Porque depois, quando os dias passarem e ficarmos vazios, o que nos restará para recomeçar?
Onde iremos buscar os pedaços para nos refazermos, para nos reerguermos, para voltarmos a estar inteiros?
Nunca devemos dar tudo porque, pura e simplesmente, também precisamos de nós, do nosso amor, do nosso respeito, da nossa alma. No fundo, precisamos de deixar algumas reservas guardadas, para que, quando necessário, as possamos ir resgatar para nós mesmos.
Porque se dermos tudo, o que nos resta?
Apenas uma carcaça do amor que tínhamos e que dificilmente se voltará a recompor.
O amor deve ser repartido, partilhado, dado de coração aberto mas, tendo sempre em mente, que não podemos dar aquilo que nos fará falta. Não podemos dar o nosso amor próprio, o nosso bem estar, a nossa vida, porque então perderíamos tudo, sem contemplações e ficaríamos sem meios de subsistência.
O amor move-nos, dá-nos vida, dá-nos ânimo para seguir em frente, dá-nos esperança, é fundamental para tudo na vida.
Mas quando o amor nos tira a paz, a alegria, quando nos muda e nos torna amargos, vazios, sem alma, daremos conta que não devemos dá-lo ao desbarato, não devemos amar só porque sim, não devemos entregá-lo incondicionalmente.
O amor é a melhor coisa do mundo. Mas pode ser também a mais dolorosa, quando nos é arrancado a ferros e percebemos que nem tudo vale a pena.
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