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Mostrando postagens de 2018

Ano Novo

Anda 2019! Vem com toda a expectativa que é suposto trazeres... Vem e renova a nossa esperança, a nossa fé, traz a miragem de dias melhores, de sonhos para realizar, de metas para cortar, de desejos para cumprir... Este não foi um ano fácil, para muitos de nós, ano de mudanças, de dificuldades, de desilusões, algumas mágoas, dias bons, dias maus, lutas e retrocessos, alguns passos em frente, outros passos para trás... Nem sempre conseguimos seguir o plano inicial, nem sempre o achamos tão bom como quando o idealizamos, por vezes achamos que é impossível dar certo. Por isso, anda Ano Novo, e devolve-nos a capacidade de acreditar, de ter esperança, de achar que vamos mudar tudo, que tudo vai dar certo, que este ano é que vai ser! Mostra-nos que estávamos errados quando pensámos em desistir, quando achámos que não valíamos o esforço, quando deixámos de acreditar em nós. Vem e mostra que tudo se renova, tudo volta à estaca zero, tudo se inicia, tudo se encaminha... É só um dia

Resoluções...

O Natal já passou... E agora? Podem todos voltar à sua vida normal, ao seu mau humor diário, ao seu egocentrismo...  Acabaram os desejos de amor e paz e voltamos a virar-nos para nós mesmos.  Nem todas as pessoas são assim, nem todos somos egoístas. Há pessoas que são boas o ano inteiro, que desejam o bem o ano inteiro, que pensam nos outros todos os dias e que sorriem genuinamente, dia após dia, sem ser apenas para a fotografia.  E são essas pessoas que nos mostram como deveríamos ser todos, são essas pessoas que merecem ter da vida exatamente o mesmo sorriso com que nos brindam diariamente.  Não digo que as pessoas tristes ou aqueles que simplesmente não sabem sorrir, por qualquer circunstância da vida, não mereçam coisas boas, apenas talvez precisem que alguém lhes ensine a alegria. Todos merecemos novas oportunidades, novos incentivos para sermos felizes, para darmos felicidade aos outros, todos merecemos uma segunda ou terceira hipótese para nos darmos aos outros

O Natal...

O meu avô... É a peça que mais falta no meu Natal, no nosso Natal. Sempre passámos o Natal na casa dos avós, todos ao molho numa cozinha minúscula, mas quente. Quente do calor da lareira e quente do calor do amor que nos unia a todos. Sempre foi assim. Colocava-se mais uma mesa, que quase impedia a passagem para qualquer dos lados. Uma casa velhinha, antiga, com divisões minúsculas, mas onde abundava aquilo que realmente importa, a união, o carinho, o aconchego e o amor. O meu avô ficava sempre no mesmo lugar, num cantinho da mesa, encostado à parede. No final do jantar, trocava de lugar e sentava-se ao lado da lareira. Lá dentro ia colocando as pinhas, que estando abertas, retirava e com um martelo ia retirando os pinhões, que esmagava também, acabando todo enfarruscado, mas deliciado com o manjar. Por vezes, jogava-se às cartas. Os adultos jogavam à  "sueca", as crianças jogavam ao "peixinho" ou outros jogos mais simples. Contavam-se histórias de outros

Balanço anual...

Esta altura do ano é propícia a balanços... Mais um ano que termina, um ano novo que começa... Renovam-se as esperanças, os sonhos, os planos. E pesamos as vitórias e as derrotas, as alegrias e as frustrações, as descobertas boas e as desilusões, que durante um ano vivemos.  Todos os anos fazemos a mesma coisa, sentimos o mesmo, achamos que ao mudar um dia de calendário, tudo irá mudar.  Mas o que fazemos nós para mudar? O que fazemos nós para que não seja um dia mais, para que de facto a mudança se comece a concretizar? O que fizemos nós, de concreto, desde Janeiro passado? O mundo não muda por si só, a sorte não chega se não lutarmos por ela, a mudança não vem, se não sairmos do lugar. O mundo não será um lugar melhor para viver se cada um de nós não fizer algo para que isso aconteça.  Estamos sempre à espera que o ano seja bom, fazemos planos, traçamos metas, sonhamos, idealizamos, construímos castelos no ar, para depois deixar passar 365 dias sem mudar um centímet

Dar Amor...

Numa altura em que cada vez mais se olha para o próprio umbigo, cada vez mais se usam de todos os meios para singrar na vida, cada vez mais se procura a fama e o proveito, sem olhar a meios, em que cada vez mais é cada um por si, é ridículo ver chegar a época natalícia e toda a gente transbordar amor por todos os poros. Quem tem amor no coração, tem-no o tempo todo, o ano inteiro e não apenas com dias marcados. De que adianta, passar o ano a atropelar tudo e todos, a não olhar para o lado sequer, a não ver nada senão a imagem reflectida no espelho, para depois vir pregar o amor e a união de todos, apenas porque fica bem na fotografia e dá likes nas redes sociais? Comigo não... Se querem abraços, beijos, amor, se querem amizade, ajuda, solidariedade, se querem um ombro amigo, um sorriso nos lábios, uma mão estendida, têm de ser coerentes... O Natal é por si só uma época de sentimentos, de união familiar, de união entre as pessoas, de calor humano, devemos demonstrar isso mesmo,

As luzes de Natal

Já se vêem as luzes de Natal pelas ruas, coloridas e brilhantes, estáticas ou piscando a compasso. Já se vê o corrupio nas lojas, nas ruas, tudo em busca do presente perfeito. Já se vêem as crianças ansiosas, com a felicidade que apenas elas conseguem demonstrar, aguardando aquela que é a quadra mais festiva do ano. O brilho no olhar, o sorriso no rosto e, no coração, a genuína alegria de quem tudo espera do mundo. Lembro-me apenas de dois presentes recebidos em criança: uma bicicleta, que muito me intrigou por não conseguir entender como é que o Pai Natal a conseguiu colocar ali, debaixo do pinheirinho e um mealheiro vermelho em formato de saco de dinheiro. Era em napa vermelha, com um cifrão gravado a dourado (sim, porque eu sou do tempo dos escudos!). Não me lembro de mais nenhum presente... Mas lembro-me bem do Natal e do que ele significava. A mesa cheia, de tudo aquilo, que muitas vezes não comíamos durante o ano, mas cheia também pela família reunida, pela união, pela a

Memória

Hoje é um dia de memória... Memórias que nem sempre são felizes porque nos trazem o bom e o mau. Faz hoje 15 anos que partiste numa viagem sem volta. Nem sempre tive a coragem e o discernimento para dizer o quanto eras importante para mim, o quanto fizeste na minha formação enquanto pessoa. Foste tu que me mostraste a importância do saber, do aprender, do conhecimento. Sempre em cima, sempre a querer a perfeição das letras, sempre a puxar e a querer mais, dando o exemplo, mostrando como se fazia. Lembro aquele humor sarcástico, que também herdei, as histórias de uma infância pobre mas cheia de aventuras, de marotices, porque era assim a tua forma de ser. Lembro também uma certa rudeza, uma forma de manter o respeito, que não seria necessário, mas que não sabias, não aprendeste, a ser de outra maneira... Lembro das tardes de trabalhos de casa, todos juntos na sala, sob o teu olhar. Sempre interessado, sempre exigente, porque querias que fossemos os melhores... Penso mui

O teu valor...

Quando sabes o que vales, não te diminuas, não baixes o preço, não dês descontos, porque quem te ama de verdade, quem conhece o teu valor e quem te sabe valorizar, estará disposto a pagar o preço que for para ficar contigo. E isto vale para todos os aspectos da tua vida, seja pessoal, profissional, amorosa... Cada pessoa tem o seu valor real, cada pessoa é aquilo que é, não podemos esperar que os outros se moldem sempre àquilo que é a nossa vontade. Porque o valor vem de nós mesmos, está dentro de nós e faz parte da nossa vida, se nos moldarmos aos outros, sem pensarmos em nós, estaremos a perder a nossa essência. Com certeza haverá um momento ou outro em que teremos que dar o braço a torcer, porque faz parte também do nosso crescimento, errar, aprender com os erros e com os que nos rodeiam, ver novas perspectivas, pensar que afinal nem sempre estamos certos. Mas se isso implicar perder as nossas bases, mudar a nossa forma de ser e de pensar, perder o nosso valor, não pode estar

Here we go again...

Quando se erra o que devemos fazer? Procurar estudar o erro, entender o que correu mal, pensar no que poderá ser feito para emendar esse mesmo erro e saber se estamos no caminho certo para o conseguir. Quando pensamos que estamos a dar um passo em frente, que estamos seguros daquilo que estamos a fazer e constatamos que afinal apenas andamos em círculos e voltamos ao mesmo lugar, devemos dar um passo atrás, para rever o trajeto e redefini-lo. Quando achamos que agora é que é, que a oportunidade chegou, que tudo vai mudar, que está tudo a ir de vento em popa, mas afinal os ventos nos levam uma e outra vez para mares revoltos, devemos rumar a terra firme e procurar um porto de abrigo. Quando a vida teima em nos deitar abaixo, em nos mostrar caminhos errados, em nos ensinar lições aprendidas vezes e vezes sem conta, lições que já sabemos de cor e salteado, temos que abandonar a estrada e seguir por atalhos diferentes. Quando parece que tudo se apaga à nossa volta, que tudo se e

À tona da água

Uma nova semana se inicia. Um novo dia, um novo ciclo, uma nova oportunidade para pensarmos naquilo que temos, naquilo que nos falta, naquilo que já tivemos, naquilo que gostaríamos de ter e naquilo que nunca queríamos ter tido. A vida é feita de ciclos... Uns começam, outros terminam e outros recomeçam. Nem sempre conseguimos retirar dos dias aquilo que precisamos ou aquilo que merecemos. Nem sempre cumprimos os nossos desejos e os nossos sonhos. Muitas vezes andamos bem longe deles até. Dizem-nos para não desistir, para lutar, para perseguir aquilo em que acreditamos, aquilo com que sonhamos... Mas na maioria dos dias apenas nos apetece desistir, deixar tudo para trás, deixar de lutar e não forçar o corpo e a alma mais do que eles aguentam... Apetece-nos não testar os nossos limites, apenas deixar ir... Nem sempre é fácil remar quando nos faltam rotas, quando o rumo é incerto e a névoa nos tolda a visão. Se podemos desistir? Podemos... Mas não devemos. Por mais que nos cus

Cegueira

Um dos nossos grandes problemas é a cegueira... A falta de visão que temos em relação aos nossos dias, à nossa vida, às pessoas que nos rodeiam. Muitas vezes vemos apenas aquilo que se nos apresenta à primeira vista, sem vermos mais além. Outras vezes simplesmente não queremos ver. Vemos as pessoas, mas não vemos o que está por trás, o que são por dentro, aquilo que escondem a um primeiro olhar. Há pessoas que nos mostram, que nos dão pistas, mas preferimos vê-las à nossa maneira, olhar só para aquilo que queremos que sejam. Depois há a nossa vida, que vemos como uma montanha-russa, seguindo desgovernada... Mas se olharmos bem a fundo, veremos que há montanhas-russas piores... Que há descarrilamentos sem volta e pontos sem retorno... Por vezes não queremos olhar para o lado e vemos apenas aquilo que nos afecta a nós, sem pensar que poderemos estar a ser injustos... Connosco e com os outros... Exigimos muito... De nós, da vida, dos outros... Mas nem sempre temos coragem de

Incertezas...

Quando se faz uma mudança na vida, espera-se que seja para melhor, certo? O objectivo é sempre esse... Ir em frente, chegar mais longe, ser mais feliz... Quando é que é suposto começarmos a sentir-nos felizes? Quando é suposto ver essa mudança dar frutos? Quando é suposto vermos as coisas a  melhorar? Pois... Não sei... No início parece que vem o vazio... A incerteza, o nervosismo, a ansiedade de que as coisas aconteçam e que se comece a ver a célebre luzinha ao fundo do túnel. E depois disso? Depois vem uma aparente luz, nem sempre aquela que gostaríamos de ver brilhar, mas ainda assim uma luz. E vamos... Seguimos essa luz, meio desconfiados, meio na dúvida, mas em frente, a ver no que dá. Vemos a dúvida surgir, vemos o caos, a confusão, a incerteza, tudo misturado com a esperança de que amanhã será melhor, que tudo melhora com o tempo. E o dia arrasta-se em busca de uma certeza para as dezenas de dúvidas que temos. Como saber quando devemos seguir e quando devemos para

Ensinamentos

Todos os dias crescemos um pouco, todos os dias aprendemos alguma coisa. Boa ou má, positiva ou negativa, importante ou banal, a verdade é que há sempre algo a retirar das situações com que somos deparados. Quanto mais não seja, retiramos aquilo que nos torna tóxicos ou que é tóxico para nós. E assim crescemos, porque limamos mais um pouco as arestas da nossa história e da nossa vida. Nem sempre entendemos as coisas, nem sempre vemos os porquês, outras vezes, nem existem porquês! As coisas simplesmente são o que são. Mas na maioria dos casos, conseguimos retirar ilações e ensinamentos que nos permitem entender e ver mais além. Todas as acções têm uma causa e um efeito. Não podemos, pura e simplesmente, pensar que aquilo que fazemos não tem consequências. Se agimos de uma determinada forma, porque somos motivados a isso por algo ou por alguém, esse acto vai originar um resultado, vai ter uma consequência em nós e nos outros. Não vivemos numa bolha, por isso, aquilo que fazemos re

Fio condutor

O que tem mais valor na nossa vida? Amor? Amizade? Lealdade? Honestidade? Respeito? Tudo são coisas importantes para uma vida feliz, para uma vida saudável, para uma vida em pleno. Mas se pudéssemos escolher uma base sólida para tudo isto, o que escolheríamos? Na minha opinião só o amor pode ser a base de tudo. E porquê? Porque o amor, sendo verdadeiro, abrange tudo o resto. Uma amizade o que é? Podem achar um cliché, mas é a mais pura forma de amor. O amor por aquela amiga ou amigo especial, o amor pela família, o amor pelos nossos... Pode haver amor maior? Há formas diferentes de amar, mas o amor será sempre o fio condutor em todas elas. E havendo amor, seja de que forma for, amor puro e de verdade, haverá tudo o resto. Não podemos amar alguém sem ser honestos, sem ser fiéis e leais, sem respeitar o outro e as suas ideias e pensamentos. Quando há amor, tudo muda, tornamo-nos melhores pessoas, melhores amigas, melhores filhas, porque temos o coração aquecido e aconch

Confiar

Em que podemos acreditar quando deixamos de acreditar?  Onde vamos buscar forças quando já não existem forças?  Como voltamos a confiar em nós e nos outros quando a confiança se acaba?  Como voltamos a abrir o coração quando este se fechou a sete chaves?  Como voltamos a dar-nos quando nos sentimos vazios? A vida por vezes tira-nos aquilo que temos como certo. Outras vezes, são circunstâncias e fatores externos que fazem com que fiquemos sem algo que consideramos indispensável para sobreviver. O que fazer quando nos sentimos sem chão, sem rumo, sem vida?  A verdade é que falar é muito fácil... Podemos dizer que amanhã será melhor, que mais cedo ou mais tarde as coisas se vão resolver, que um dia tudo irá melhorar.  Mas no fundo, ouvir estas coisas de pouco ou nada adianta, quando não o conseguimos sentir. Quando no fundo de nós não há uma réstia de esperança, quando nos sentimos ocos, de que servem as palavras?  Podemos ouvir todas as promessas, podemos sentir todo o

Fora de mão

Há coisas que não estão nas nossas mãos, coisas que teimam em fugir do nosso alcance, por mais que tentemos controlá-las. Não podemos forçar algo a acontecer quando não há nada que nos compita fazer. Por vezes há coisas que nos escorrem por entre os dedos e, por mais que fechemos as mãos, continuam a cair em cascata até terminarem no chão, inertes. Há acontecimentos na nossa vida aos quais gostaríamos de mudar o rumo, mas pura e simplesmente, não temos forças nem capacidades para tal. Nem tudo na nossa própria vida é controlado por nós. Fazemos escolhas, seguimos caminhos, tomamos partidos, mas apenas temos metade da moeda. A outra metade tem a ver com as escolhas dos outros, com o efeito daquilo que escolhemos, ou com as circunstâncias externas que alteram ou encaminham a decisão para fora da nossa mão. Podemos até tentar inverter alguma situação, podemos tentar mudar o rumo dos acontecimentos, podemos tentar mostrar o nosso ponto de vista, mas este será sempre isso, o nosso

Olhar e ver

O que vês da tua janela? Já fizeste este exercício? Por vezes passamos pelas coisas e não as vemos, olhamos mas não estamos realmente a ver. Se olharmos pela janela, o que vemos de novo, se nos concentrarmos verdadeiramente em ver? Hoje está um dia de sol, algumas nuvens por cima do mar… Os pássaros aproveitam o intervalo para sobrevoar e cantarolar, buscando o alimento que lhes fará falta em dias vindouros. As folhas de cores diversas, brilham com a luz do sol, dando uma mistura de tons que é agradável à vista. Corre uma leve brisa, apenas o suficiente para balançar harmoniosamente os galhos das árvores e arbustos dos quintais vizinhos. Os telhados, de várias cores e formatos, ajudam a compor este quadro, dando-lhe uma variedade de formas. Vejo vida… A vida a acontecer, o dia que segue, independentemente daquilo que se passa cá dentro. O mesmo se passa connosco… Muitas vezes estamos apenas a ver o tempo a passar, sem olharmos com olhos de ver, para nós e para o que no

Há dias e dias

Há dias que devíamos riscar do calendário. Esses dias, passávamos à frente como se não existissem, fazíamos uma ponte imaginária e saltavamos para o dia a seguir. E com ele, todas as memórias e acontecimentos desse dia.  Se tudo serve para crescermos? Sim, tudo serve para nos ensinar a entender melhor a vida e quem nos rodeia.  Mas também é verdade que há dias que, por mais voltas que dermos, nunca vamos entender, nunca vamos aceitar, nunca vamos retirar nada de positivo.  Por isso, eliminavamos esses dias!  Ficávamos a hibernar, no nosso casulo, à espera que o dia passasse, sem o ver, sem o sentir e sem pensar em nada.  E depois acordávamos, no dia seguinte, com um novo alento, porque ficou para trás aquilo que nos magoa.  Claro que isto não é possível, por mais que quiséssemos que fosse. E, bem vistas as coisas, se fossemos a riscar todos os dias que nos ferem, acabávamos por viver apenas a meio gás, vivíamos apenas meia vida.  No entanto, acredito que aquilo que nos

Luz e escuridão

A vida é composta por altos e baixos. Por vezes os altos não são assim tantos e os baixos são mais que muitos. Tudo isto faz parte e precisamos de tudo para crescer e para aprender o verdadeiro significado da vida. Se não tivéssemos momentos maus, não conseguiríamos valorizar os bons, porque seriam banais. Tal como no universo há a luz e a escuridão e ambas coexistem, ambas se complementam e sempre, todos os dias, quando acaba uma, chega a outra e temos isso por certo, também na vida assim o é. Devemos olhar para a nossa vida dessa forma, não tomando a luz como certa, porque sabemos que, de seguida, esta se poderá apagar. Tal como a escuridão não durará para sempre. Há sempre uma luz que se acende, por cada uma que se apaga. Podemos nem sempre ver isso, nem sempre confiar que isso irá acontecer, podemos duvidar da luz, do sol e das estrelas, mas depois da noite, chega o dia… Sempre… E por mais que a escuridão nos cegue no momento, mais cedo ou mais tarde, veremos que algumas l

Qualidades vs Defeitos

Sempre que me pedem para dizer as minhas qualidades e os meus defeitos, deparo-me com uma espécie de bloqueio quando chega a vez das qualidades. Ao passo que os defeitos saem naturalmente, as qualidades ficam presas num recanto qualquer da mente e não há meio de sair. Talvez porque não goste muito de falar de mim, talvez por modéstia ou por receio de, mais tarde, defraudar as expectativas de quem ouve, ou apenas porque ache que são mais os meus defeitos que as minhas capacidades. Na verdade, é mais fácil identificarmos os nossos defeitos do que as qualidades e, por isso, enumerar apenas umas quantas coisas positivas em nós, torna-se difícil, ao passo que as más saltam cá para fora sem esforço. E quando, num dia já de si mau, alguém nos faz sobressair esse nosso lado mais negro, vai tudo por água abaixo… Aí nem uma qualidadezinha que seja conseguimos encontrar! Já fui segura de mim, já fui derrubada na minha segurança, já me achei com todas as capacidades, já achei que não vali

Equilíbrio

Há dias em que parece que temos todos os sonhos do mundo, que vemos o céu azul, acordamos com um sorriso no rosto, o dia está ensolarado, a vida segue o rumo que queremos que siga… E tudo vai bem. Sonhamos alto, acreditamos naquilo que idealizamos, fazemos planos, traçamos metas e vemos, de facto, o resultado ao fundo, pronto para ser alcançado. Mas depois outro dia vem… E parece que tudo se desmorona. Os sonhos, os planos, as metas, os ideais. Parece que tudo fica mais longe, mais distante e inalcançável. Parece que tudo se esfuma no ar. E aí os pensamentos ficam mais baixos, mais rasos, mais básicos. Há dias em que, por mais que nos esforcemos, a vida não anda para a frente. E assim vamos vivendo a vida, como se nos tratássemos de marionetas, onde apenas seguimos os passos que o destino, ou sabe-se lá o quê, nos ordena. Como podemos saber para que lado deve pender a balança? Como podemos avaliar para que lado nos devemos inclinar e por qual dos lados nos devemos guiar.

Pingos de chuva

Nuvens carregadas… O vento sopra, não em demasia, mas o suficiente para que as árvores dancem ao seu sabor e as folhas secas rodopiem pelo chão, criando uma coreografia de cor e movimento. A chuva ameaça cair, espreita lá ao cimo, deixando-nos naquela dúvida do cai não cai, vem não vem, mas acaba por ir ficando por lá… E nós na espera… O dia está frio, aquele frio que nos faz querer manter-nos no aconchego, com a lareira por perto, a ver a vida desenrolar-se lá fora, olhando apenas da janela. São dias dados à monotonia, aos pensamentos, às lembranças e aos sonhos. Dias em que vemos a vida passar e nós aqui, só a assistir, sem vontade de intervir, sem vontade de mudar o rumo natural das coisas. Os primeiros pingos de chuva começam a cair e ficamos a ver… Ficamos hipnotizados a percorrer com o olhar o suave deslizar das gotas nos vidros da janela. Elas correm, devagar, mas ininterruptamente, seguem o seu rumo, contornando os obstáculos que se possam apresentar no seu caminho.

Não deixes para amanhã

Quantas vezes nos lembramos de alguém que já não falamos há algum tempo e pensamos “amanhã ligo, amanhã mando mensagem”. Mas depois o dia passa, voltamos a esquecer e continuamos na distância. Quantas vezes pensamos em combinar algo com uma pessoa de quem gostamos, mas hoje não dá, amanhã não me dá jeito, fica para a semana… E quando damos por isso, um mês e outro passa e nada acontece. Quantas vezes dizemos “não vão faltar oportunidades”, para um café, para uma conversa, para um cinema, para um passeio… Mas, dia após dia, as oportunidades vão passando e o café fica frio, a conversa não sai, o filme já saiu de cartaz e o passeio fica por fazer. Podem parecer coisas banais, podem parecer coisas de somenos importância, mas a verdade é que são situações e coisas das quais precisamos, são coisas que nos fazem falta para quebrar a monotonia dos dias e para nos aquecer o coração. E quando olharmos para trás, lá na frente da vida, veremos que nos fazem falta estes momentos, que dever

Os silêncios

Há silêncios ensurdecedores… Aqueles silêncios que teimam em calar aquilo que mais queremos ouvir, que teimam em amordaçar as respostas que precisamos escutar. Por vezes precisamos que as vozes que se calam, gritem a plenos pulmões, nos mostrem o caminho, nos ensinem a verdade, nos abram os olhos para algo que não conseguimos enxergar. Há momentos na vida em que precisamos de limpar a nossa mente, de esvaziar a alma de tudo aquilo que a está a intoxicá-la, a enchê-la de dúvidas, de incertezas, de frustrações… Há dias em que precisamos de fazer uma pausa, olhar para dentro de nós e sentir verdadeiramente… Apenas sentir. Sentir quem somos, o que somos, aquilo que queremos e aquilo que precisamos. Sentir quem temos no mesmo barco, quem está disposto a remar connosco, a fazer frente a ventos e marés. E permanecer em silêncio, ouvir os sinais, ouvir os nossos próprios pensamentos e não nos deixar contaminar por opiniões alheias. Mas, findo este pequeno isolamento, precisamos de ouvir

Portas fechadas

Sempre nos disseram que “se fecha uma porta, mas abre-se uma janela”. Será que é mesmo assim? Às vezes parece que se fecham as portas, as janelas, as cortinas e as persianas! Parece que a nossa vida se prepara para um furacão imaginário e, por isso, se fecha bem fechada para não ser devastada. Ficamos presos em nós mesmos, sem luz, sem saída, sem conseguirmos sair do mesmo lugar, sem conseguirmos sequer ver uma fresta do que aí vem. E o problema disto é que, em vez de a tempestade estar lá fora e nós ficarmos protegidos, ela fica do lado de dentro da barricada, connosco, a abalar as nossas bases, as nossas convicções e a tentar arrastar-nos na ventania. O que fazer então? Quando parece que não há saída e que todas as portas estão fechadas a sete chaves? Não é uma resposta fácil, nem será fácil encontrar uma saída, mas tenho a convicção que alguma saída há-de haver. Devemos procurar no mais profundo do nosso ser, porque algures haverá uma chave que encaixe em alguma das fecha

Vamos fugir para Marte?

Às vezes tenho a sensação que vivo no planeta errado. Um planeta cheio de  buracos e locais recônditos, cheio de cantos e recantos e verdades escondidas.  Um planeta onde a justiça nem sempre impera, onde os valores andam pela hora da morte, onde o bom senso tirou férias.  As pessoas indignam-se pelas coisas erradas, regozijam-se pelas coisas mais fúteis, valorizam o que não vale nada.  Talvez num Marte distante consigamos recomeçar uma nova espécie humana, qual Arca de Noé, capaz de reter apenas o que é bom no ser humano. Talvez lá possamos renovar a esperança nesta humanidade perdida de éticas e respeito pelos outros.  Não somos todos iguais. Ponto. Há que respeitar a individualidade de cada um, os sonhos, os desejos, os gostos, as escolhas. Cada um deve ser o que quiser, o que escolher ser, cada um deve viver como quiser, como se sentir melhor e mais feliz.  Não nos cabe a nós julgar, apontar o dedo ou olhar com desdém!  Não sou perfeita, longe disso. Não consigo mudar

Os amores da vida

Há várias formas de amor e várias formas de amar. Há quem ame tudo e todos, há quem não ame ninguém, há quem seja mais ou menos selectivo nas pessoas a quem abre o coração.  Eu não amo qualquer pessoa, aliás amo muito poucas, mas as que amo é para sempre, incondicionalmente. Talvez nem sempre o mostre, mas elas sabem bem quem são.  Para mim o amor só faz sentido assim, refinado, selectivo, escolhido a dedo. Não podemos colocar no mesmo patamar todas as pessoas que gostamos, porque correríamos o risco de banalizar uma coisa que é, ou deveria ser, preciosa.  Podemos gostar de muita gente, podemos simpatizar com outros tantos, podemos gostar de estar com várias pessoas, mas amar, amar mesmo, não.  Não amamos todos. Eu pelo menos funciono desta maneira. Penso que só assim faz sentido. Amo as pessoas que me são mais próximas, que me tocam mais profundamente que, de alguma forma, tornam a minha vida mais preenchida, com mais sentido.  No entanto, este amor não nasce do zero, não é d

Qual o nosso lugar no mundo?

Muitos de nós, demasiados talvez, ainda não o descobrimos. Ainda não conseguimos perceber, o que andamos cá a fazer, qual o nosso propósito de vida, qual a nossa vocação, aquilo que nascemos para fazer. Muitos acabam por nunca saber, por nunca encontrar o seu caminho, deixando-se apenas levar, deixando-se ir ao sabor do vento, sem nunca dar um passo a mais, um passo ao lado, sem nunca fazer um desvio para experimentar novas rotas e novos mundos. Imaginem que os nossos antepassados navegadores tinham feito o mesmo? Sem desbravar “mares nunca dantes navegados”, hoje estaríamos aqui, sem o privilégio de conhecer o que nos rodeia, confinados apenas ao nosso pequeno mundo, sem conhecer outros mundos, tão iguais e tão diferentes do nosso. Nem todos nascemos com um dom claro, nem todos sabemos de caras aquilo de que gostamos ou o que nos veríamos a fazer no futuro. Nem todos temos a sorte de encontrar uma ocupação ou um trabalho que nos preencha por inteiro. Nem todos temos que ter a

Coisas da vida

A vida não é linear. Não estamos sempre bem, não estamos sempre mal, há dias bons, há dias assim-assim, há horas muito difíceis.  A vida põe-nos muitas vezes à prova e prega-nos partidas que não estávamos à espera. Tira-nos o chão, puxa-nos para trás, dá-nos um murro no estômago, mostra-nos que nada é certo e tudo é imprevisível.  Há momentos bons, em que rimos até chorar, até doer a barriga, sorrimos com todas as forças, damos gargalhadas, dançamos, dizemos parvoíces e brincamos como se voltassemos a ser crianças. Momentos em que parece que tudo encaixa, tudo está no sítio certo, tudo está bem, tudo vai seguir o seu rumo. Momentos em que estamos com quem gosta verdadeiramente de nós e isso basta. Nesses momentos tudo isto é o que basta.  Mas a vida continua a girar e o que ontem pareciam momentos bons, hoje já passaram, ficaram para trás, não voltam nem se podem repetir exatamente como foram.  A vida, sabiamente ou nem tanto, acaba por nos mostrar a verdade nua e crua, doa

Um outro olhar

Não podemos julgar o sofrimento dos outros pelo nosso. Não somos todos iguais, não sentimos todos o mesmo, nem todos damos valor às mesmas coisas, nem todos sofremos ou mostramos o sofrimento da mesma forma. Há pessoas que ficam de rastos com o sofrimento ou com as adversidades e transparecem isso a quem as vê, porque não sabem ser de outra forma, não conseguem erguer-se sem primeiro recompor o seu coração. E há aqueles em que por mais que sofram, por mais que se sintam no chão, ou sem ele, sorriem. Continuam a ter uma palavra de alento para os outros, continuam na luta, continuam a mostrar que estão bem, apesar de não o estar, porque essa é a sua essência. Por isso, não podemos avaliar o sofrimento dos outros pelo seu exterior. Não podemos quantificar aquilo que sentem pelo que nos mostram, porque corremos o risco de ser injustos. E, sempre que possível, devemos colocar-nos no lugar dos outros e pensar “e se fosse comigo? O que é que eu sentiria?” Porque é muito fácil fal

Avó

Aprendemos muito com os nossos antepassados... E não estou a falar dos dinossauros nem dos faraós! Esses estão lá nos livros de história e em paragens mais longínquas. Estou a falar dos nossos antepassados mais diretos, daqueles que fazem parte da nossa história, aqueles que ajudaram a formar a nossa maneira de ser, o nosso carácter, a nossa personalidade. Tive a sorte de conhecer e conviver com grande parte deles. Conheci duas bisavós, com quem privei bastante e de quem aprendi e ouvi histórias e ensinamentos de tempos passados. E conheci os quatro avós. Convivi mais com uns do que com outros, por uma questão geográfica apenas, uma vez que os avós paternos viviam mais longe. Quanto aos avós maternos formaram grande parte da minha personalidade porque sempre vivi com e perto deles. Tive a sorte de ser acarinhada, ensinada, protegida e criada por eles. Talvez lá longe, nesse tempo, não desse o devido valor, mas hoje sei que a importância deles foi tremenda. Do meu avô herdei um