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Mostrando postagens de abril, 2020

Escrever

Escrever.  Liberta a alma.  A alma que vive aprisionada nas palavras que se calam.  A caneta percorre as folhas em branco e leva para longe o coração, o pensamento, o olhar, o ouvido e a respiração.  Respira-se melhor no papel. Vê-se melhor de caneta em punho. Ouve-se melhor no cheiro de uma folha limpa.  Sente-se melhor nesta união, só o papel em sintonia com a mente.  Não importa fazer sentido, não importa ser a única a entender, só as palavras entendem e se entrelaçam entre si.  Frases e mais frases se encadeiam, uma após outra, sem fim à vista.  Não procuro porquês, nem para quê, somente a liberdade de um emaranhado de pensamentos com ou sem nexo, com ou sem sentido, mas sentidos de coração.  Escrever liberta.  O ar no peito, a nuvem na cabeça, o nó no coração.  Escrevo por mim, para mim.  O que me toca, o que vejo com o meu olhar, o que sinto perante o que os meus olhos e os meus sentidos alcançam.  Mas não estou só... Muitos veem com os meus olhos e atr

Faltas

Do que é que sentes mais falta?  Onde estarias agora, se pudesses escolher outro lugar para estar?  Não temos tudo aquilo que precisamos para sobreviver?  Sim. Na verdade sim.  Temos tudo o que precisamos para sobreviver. Mas falta-nos tudo aquilo que nos ajuda a viver.  Falta-nos o ar livre, o mar, o apego, o aconchego de um abraço, o riso solto e despreocupado, o ar puro de quem ama a liberdade, o ir sem rumo e sem amarras, sem medos e sem "ses".  Por agora temos este estar sem estar, ver sem tocar, amar ao longe, abraçar por correspondência, escondidos atrás de um ecrã ou de uma mensagem.  Tínhamos tudo aquilo que precisávamos.  Vamos voltar a ter.  Vamos voltar a ser livres.  E quando voltarmos a ter tudo aquilo que tínhamos mas que não víamos, que não queríamos ver, temos o dever de valorizar aquilo que nos é necessário para viver.  Não podemos dar por garantido o que sempre tivemos e nunca pensamos deixar de ter.  A distância e a ausência não de

Não esperes...

Eu espero...  Que venha o sol, que pare de chover, que o vento acalme, que o frio suavize...  Eu espero...  Pelo amanhã, pelo fim-de-semana, pelas férias, pelo próximo ano...  Eu espero...  Por uma oportunidade, por um dia melhor, pela altura certa...  E espero... E espero... E espero...  Eu espero que estes tempos difíceis passem e se ultrapassem.  Mas não espero para amar quem amo, para sentir a falta dos meus, para ter saudades, para dizer "eu estou aqui".  Neste momento, temos que esperar, que saber esperar...  Esperar por um abraço, esperar por um beijo, esperar pelas risadas em conjunto, esperar pelo toque na pele.  Mas não podemos esperar para valorizar aquilo que realmente importa, aquilo que realmente tem valor, aquilo que, de facto, faz a diferença nas nossas vidas.  E não é o sol nem a chuva, não é o frio nem o vento, não é o azul do céu, o fim-de-semana ou as férias, não é o amanhã nem o ontem, não são as oportunidades que passaram ou que

Coisas que me tiram do sério - Parte 1

Será que toda a gente sabe o verdadeiro significado da Páscoa?  Será que todos esses que andam a chorar por não poderem celebrar a Páscoa, sabem verdadeiramente, o que ela significa?  Sinceramente não me parece.  Estamos a viver uma pandemia a nível mundial. Sim, mundial. Significa que se encontra, em maior ou menor escala, em todo o mundo! Sim... No mundo TODO!  Incluindo as aldeiazinhas em que muitos de nós vivemos!  Um vírus que pode ser fatal para uma parte mais frágil da população, mas que pode afetar qualquer um de nós.  Toda a gente sabe, ou deveria saber, o que fazer para controlar a propagação do vírus. Ficar em casa! Isso, muito bem!  Mas, está toda a gente a cumprir a sua parte? Está toda a gente a dar o seu melhor, por si e pelos outros, para que este pesadelo acabe mais depressa?  Não, não está.  E porque é que falei na Páscoa?  Ora bem, falei na Páscoa precisamente para demonstrar que, muita gente que nunca lhe ligou nenhuma, está agora muito abalada