Eu não sou ninguém. Mas eu sou
alguém.
Nunca fiz nada de relevante para
mudar o mundo. Mas tenho feito, aqui e ali, alguma mudança em alguns mundos.
Não sou mais que apenas uma gota
no oceano. Mas sei que, para alguns oceanos, essa pequena gota faz toda a diferença.
Não sou uma pessoa excelente. Mas
mostro a minha excelência a quem a conseguir despertar.
Não sou uma pessoa amorosa. Mas
dou todo o meu amor incondicional a quem o conseguir cativar.
Sou mal-humorada, com mau feitio
e refilo demais. Mas sou divertida, alegre e acessível para quem passar para o
lado de dentro da barricada.
Não sou perfeita, não o quero
ser. Não estou sempre bem, não o posso estar. Nem sempre dou tudo o que tenho,
nem todos me merecem isso. Dou na medida em que recebo, umas vezes mais, outras
vezes menos, por vezes não o suficiente, outras mais que o necessário. Nem
sempre avalio bem as pessoas, nem sempre sou bem entendida pelos outros.
As coisas são o que são. Há dias
e encontros bons, em que criamos empatia com os demais e há dias em que não
cativamos ninguém, nem haverá alguém capaz de nos surpreender.
No geral, não somos totalmente
bons, nem totalmente maus. Muitas das vezes apenas reagimos a um estímulo
exterior, damos o troco conforme aquilo que nos dão.
Ao sermos confrontados com uma
situação, reagiremos de forma diferente, consoante o nosso estado de espírito.
A nossa reação no momento não define o tipo de pessoa que somos. Se estivermos
num dia mau e nos vierem tentar pregar uma qualquer doutrina, ou vender um
qualquer produto, provavelmente seguiremos em frente quase sem olhar para o
lado.
Pelo contrário, se o nosso dia
estiver a ser agradável, o mais certo será, sorrir e simplesmente agradecer e
declinar a sugestão, seguindo depois, calmamente, o nosso caminho.
Não podemos julgar os outros pela
embalagem, por apenas uma reação, por apenas um olhar.
Cada pessoa tem o seu feitio, a
sua forma de ser, as suas características. Nem todos gostam de preto, nem todos
suportam o branco. Há formas de gerir emoções, de adaptar vivências, de aceitar
diferenças. Basta para isso, ter a capacidade de olhar uma segunda vez e ver
para lá da carapaça exterior.
Nem todas as pessoas nos tocam,
não cativamos todas as pessoas que conhecemos. Por isso é que, no nosso mundo,
no nosso círculo fechado, apenas entra e permanece quem, de verdade, lá merece
estar.
Não sou a melhor das pessoas, mas
sou do melhor para quem me merece esse lado.
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