Ao longo da vida vamos ganhando umas coisas e vamos perdendo outras.
Normalmente, temos a tendência para olhar mais e valorizar mais, aquilo que perdemos, aquilo que não conseguimos. Eu, pelo menos, sou bastante assim.
Há dias em que só nos conseguimos focar naquilo que perdemos, naquilo que tínhamos e já não temos, naquilo que era nosso e nos fugiu das mãos, naquilo que tínhamos como certo e ficou mais incerto, naquilo que nunca pensámos perder mas que desabou como um castelo de cartas.
E isto aplica-se a tudo na vida.
Aos sonhos, aqueles que temos desde sempre, desde que nos conhecemos, aqueles que sonhamos de olhos abertos e construímos no ar, que pensamos que mais cedo ou mais tarde vamos concretizar, mas que muitas vezes não passam disso mesmo, de sonhos. E lá permanecem, num mundo paralelo, ao qual voltamos algumas vezes, mas que sabemos que, nem sempre, as coisas que queremos e ansiamos acontecem, porque não tem que ser.
Às metas, aquelas que traçamos para o nosso futuro, mais imediato ou mais distante. Aquelas metas que nem sempre fazemos com os pés assentes na terra e, por isso mesmo, nem sempre são realistas. Mas que, mesmo assim, têm de ser feitas para que sempre hajam objectivos e propósitos, mais ou menos realistas, mais ou menos realizáveis. Porque só assim teremos alvos e olharemos para o futuro com esperança e vontade de lutar.
Às pessoas, aquelas que já perdemos por circunstâncias da vida ou aquelas que simplesmente se afastaram por vontade própria. Apesar de pensarmos que é triste perder alguém, há pessoas que puramente não nos fazem falta e serviram apenas para nos mostrar isso mesmo.
As pessoas serão aquilo que de mais importante temos na vida. As nossas pessoas.
Muitas vezes a vida tira-nos pessoas que vão para não mais voltar, tira-nos pessoas que vão sem ir e ficam a pairar na nossa vida, apenas noutro patamar, noutro firmamento.
Mas a vida também nos dá. E dá-nos muito.
Os sonhos serão sempre nossos e teremos sempre a capacidade de sonhar para dar cor à vida.
As metas estarão sempre lá para termos onde nos focar e para onde ir e dar sentido à vida.
As pessoas, as nossas verdadeiras pessoas, estarão sempre cá, ao nosso lado, dando amparo, dando amor, dando fôlego, para que nos lembremos que não estamos sós e dar luz à nossa vida.
Podemos perder muito na vida, mas se pensarmos bem, também ganhamos muito.
E posso dizer, com toda a certeza, que as pessoas que ganhei na vida, aquelas que a vida me deu de presente, aquelas que fazem parte de mim, fazem toda a diferença para que ela tenha mais luz, mais sentido, mais cor e valha muito mais a pena.
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