Esta é a pergunta que mais fazem às crianças. Também a fizeram a nós.
E o que respondemos?
"Eu quero ser bombeiro."
"Eu quero ser médico."
"Eu quero ser astronauta."
"Eu quero ser jogador de futebol."
"Eu quero ser professora."...
Decerto que estas respostas foram ditas vezes sem conta.
Eu queria ser professora.
Sempre gostei de letras e cadernos, de canetas e lápis, de palavras e escrita. Adorava o cheiro dos cadernos no início do ano escolar, as folhas em branco prontas a serem preenchidas, as canetas novas prestes a serem estreadas.
Ainda hoje gosto.
De cadernos, livros e canetas. E de escrever, de preencher uma folha em branco.
Não fui professora. E ainda bem, porque aprendi que não tenho assim tanto jeito para ensinar. Não tenho o dom de captar a atenção dos outros e fazê-los apreender aquilo que lhes digo, aquilo que lhes quero transmitir.
Quando somos crianças, os sonhos estão mais perto, são mais fáceis de alcançar, parecem-nos mais palpáveis, mais realistas. Conforme vamos crescendo, vamos aprendendo que nem sempre é assim. Nem sempre os sonhos de criança se realizam.
Há pessoas que desde criança perseguiram um sonho e o concretizaram, porque foram perseverantes, porque lutaram por ele e porque realmente estavam talhados para aquele sonho.
Outras pessoas, concluíram que aquele sonho não era assim tão bom, que aquele não era afinal o seu sonho ou simplesmente mudaram de sonho.
A vida, muitas vezes, faz-nos mudar, faz-nos sonhar outros finais, outros futuros, faz-nos ver que aquele objectivo não nos serve. Podemos mudar de ideias. Podemos mudar de sonhos. Podemos mudar o futuro que achávamos que íamos ter. Podemos mudar de vida.
Temos é que continuar a sonhar. Ir saltando de nuvem em nuvem, até encontrarmos aquela em que nos sentimos bem, aquela em que nos sentimos realizados.
Não faz mal não sermos o que sonhámos.
Faz mal é não continuarmos a sonhar.
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