Amor, nós e os outros.

Para se amar alguém verdadeiramente, devemos em primeiro lugar, amar-nos a nós mesmos. Amar a nossa maneira de ser, de estar, de sentir. Conhecermo-nos profundamente e saber aquilo que queremos, de que gostamos, aquilo que estamos dispostos a dar e aquilo de que nunca abriremos mão.

Ao longo da vida vamos, certamente, mudar umas quantas vezes de opinião, vamos enganar-nos outras tantas, em relação a algo ou alguém, vamos moldar-nos a pessoas e situações. Porque relacionar-nos com os outros é isso mesmo. Aprender a ser diferente, a partilhar, a ser melhor, ceder em certos pontos, para que a convivência seja salutar.

Não adianta bater o pé em coisas que não são importantes, porque faz parte da vida aprender com o que nos rodeia e abandonar ideias que já não fazem sentido.

Mas temos que continuar a ser nós. Não podemos mudar a nossa personalidade, o nosso ser, a nossa essência, porque aí deixaríamos de existir.

A nossa forma de estar, de ser, de agir, de falar, faz parte da nossa identidade e define a nossa maneira de ser.

Devemos aprender a adaptar-nos a diferentes situações, aprender a estar de acordo com o local onde nos encontramos, saber falar de acordo com a situação, mas sem nunca nos esquecermos de quem somos.

Quando, por qualquer motivo, alguém nos tenta mudar ou nos mostra que estamos errados ou que a nossa forma de pensar não é a mais correta, devemos, em primeiro lugar, pensar no que essa mudança nos irá fazer.

Vamos mudar para melhor?

Vamos ser melhores pessoas, mais ricas emocionalmente?

Vamos melhorar a nossa forma de estar?

Então sim! Vamos mudar!

Ser melhores será sempre um bom objetivo para a mudança.

Mas temos que o fazer por nós, por de facto acreditarmos que é melhor para nós e não para agradar aos outros. Não para caber nos ideais de ninguém.

Nós somos, inevitavelmente, a pessoa com quem mais tempo passamos na vida, por isso mesmo devemos ser boa companhia para nós mesmos.

Se uma mudança não for benéfica para nós, se prejudicar o nosso “eu”, então devemos manter-nos imutáveis.

A mudança será sempre boa quando for para nos fazer crescer.

Nenhum amor é maior do que o que devemos ter por nós mesmos. Havendo amor-próprio, havendo respeito e orgulho naquilo que somos, todo o amor que vier será apenas para nos acrescentar.

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