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Mostrando postagens de setembro, 2018

Medo

A maioria de nós tem medo do desconhecido, do incerto, tem medo daquilo que não consegue controlar, daquilo que não consegue dominar. É um medo natural e legítimo. Por norma, gostamos de conseguir prever, pelo menos minimamente, aquilo que estará por vir, gostamos do conforto do que conhecemos e do que temos como concreto. Mas a vida não se resume àquilo que conhecemos e que nos rodeia na nossa esfera mais próxima, há também o mundo exterior, o desconhecido, há o risco do que fica mais além. Por vezes na vida temos que pisar esse risco e até atravessá-lo para conhecermos os nossos limites, as nossas reais capacidades, a nossa verdadeira força. Dá medo? Sim, claro que sim. Dá receio de falhar, de não estar à altura, de não conseguir lidar com algo que não estávamos preparados para enfrentar. Mas mesmo assim, é importante que esse passo em frente seja dado. Não para o abismo, não para a escuridão total, mas passo a passo, a tactear cada centímetro que avancemos, a palmilhar

As reviravoltas da vida

Há quem tenha uma vida boa, estável, com trabalho, saúde, casa, amigos, tudo aquilo que precisa para se sentir bem e para se sentir feliz. Apesar disso tudo, e por mais que tenhamos, continuamos sempre a achar que não, que não somos felizes, que nos falta algo, que os outros é que têm sorte. Somos uns eternos insatisfeitos. Até ao dia em que perdemos algo que tomávamos por adquirido. Até ao dia em que a vida nos troca as voltas e nos faz cair no chão, nos faz ver os factos como eles são, nos faz voltar à terra. Um dia, a vida vai querer mostrar-nos que falamos de barriga cheia, que falamos sem pesar as palavras, que pensávamos sem olhar em volta, que olhávamos mas não víamos. Mais cedo ou mais tarde, vamos ver e reconhecer, o que e quem verdadeiramente importa, vamos aprender a dar valor àquilo que realmente o tem. Porque basta um problema de saúde mais sério, basta perdermos alguém, basta perdermos o emprego, basta levarmos um abanão na nossa estrutura, para percebermos que

Remar contra a maré

Há-de chegar o dia em que a luz ao fundo do túnel se tornará em sol, se tornará na luz que, de facto, nos irá iluminar. É difícil ver com claridade quando temos a vista turva. É difícil olhar ao longe quando, de perto, não vemos nada que nos alimente a alma. Como podemos pensar no depois, quando o hoje e o agora não é nada daquilo a que aspiramos, daquilo que pensamos para nós? Como podemos pensar e sonhar o futuro quando o presente é tão cinzento, tão nublado, tão toldado… Como podemos pensar no amanhã se temos dúvidas até no hoje? Mas não podemos deixar-nos naufragar, não podemos deixar-nos levar pelas agruras da vida, temos que dar luta, mesmo sem forças, mesmo às escuras. Por vezes, mesmo no mais completo breu, na mais completa escuridão, é preciso manter o passo, mesmo que incerto, mesmo que vagaroso e inseguro. É preciso dar esse passo e mantermo-nos em movimento. Poderemos não saber o que fazer, não saber o dia de amanhã, encontrarmo-nos numa encruzilhada sem sabe

Sonhos

Há sempre quem tente derrubar-nos ao longo do caminho. Há sempre quem diga que não somos capazes, que não vale a pena sequer tentar, sair do lugar, arriscar a sorte. Há sempre quem “olhe de lado” para o sucesso dos outros e há aqueles que, por não terem essa coragem, nos tentam convencer a não sermos também corajosos. E se nuns casos será inveja, pura e crua, noutros é medo mesmo. Inveja de que a nossa batalha seja vencedora, uma batalha que eles não lutaram, que eles não tentaram sequer lutar. E, por isso foram, logo aí, derrotados. E porquê o medo? Medo de falhar. Sempre, e só, o mesmo receio. Mas a verdade é que para conseguirmos algo, temos sempre que deixar para trás as dúvidas, as incertezas, os medos… Ou, mesmo que nos acompanhem, lá num cantinho da mente, não devem ser travão para perseguirmos os nossos sonhos. Não podemos ir na conversa de quem tenta demover-nos, porque não quiseram ou não tiveram ganas de fazer o mesmo! Se temos um sonho, devemos persegui-lo

Talentos

Todos temos algum talento, mais ou menos escondido, mais ou menos camuflado. Todos temos alguma habilidade ou jeito para fazer alguma coisa. Em algumas pessoas esses talentos estão bem visíveis, noutras não se veem num primeiro olhar, não nos saltam logo à vista, mas estão lá. Nem todos podemos ser bons nas mesmas coisas, senão o mundo seria uma monotonia sem fim! Não podemos ser todos médicos, professores, pintores, cantores… Não podemos todos ter uma profissão de topo. Claro que todos gostávamos de trabalhar em algo que, para além de nos sustentar financeiramente, nos sustentasse a alma e o ego. Seria bom que todos nos sentíssemos realizados pessoal e profissionalmente. A verdade é que todos somos importantes, porque nada se constrói com o esforço só de um. Uma casa, por exemplo, só se faz com o contributo de vários esforços reunidos. E, na minha humilde opinião, é tão importante o arquiteto e o engenheiro que a projetam, como o pedreiro, o carpinteiro e todos os traba

Outros tempos

Dou por mim a pensar nas alterações do tempo. Em como se viveu e como se vive hoje em dia. E tudo isto porquê? Há dias conversava com a minha sobrinha e falava das brincadeiras que se faziam no meu tempo (meu Deus! Não acredito que disse “no meu tempo”! Estou mesmo velha!). A verdade é que se agora existem computadores, telemóveis, tablets e afins, o mais perto que eu estive disso foi através de um jogo de tetris e, mesmo assim, penso que só bem mais tarde, quando os meus irmãos já eram crescidinhos e o jogo era mais deles que meu. É claro que já havia tecnologia, calma, também não sou da idade da pedra! Mas essas coisas simplesmente não chegavam a todos e muito menos faziam parte do dia-a-dia. Sendo eu, nascida e criada, numa família onde o trabalho da terra era também um meio de sustento, as brincadeiras não poderiam ser mais livres e variadas. Desde as correrias pelos campos, no meio dos milheirais (e que bom que era chapinhar na água quando era dia de rega), a fazer pe

Dias bons

Temos a tendência natural de olhar para o todo ao invés de olhar para as partes, em separado. Olhamos e pensamos a vida como um todo quando, na verdade, ela é composta por várias partes, várias fases, a maioria das vezes muito distintas entre si. Olhamos os dias como bons ou maus sendo que, durante um dia, pode nem tudo ser mau, tal como nem tudo é bom. De certeza que num dia mau, haverá momentos, minutos ou meros segundos, que são agradáveis, felizes, que nos fazem bem. O mesmo acontece com a vida. Não podemos dizer que não somos felizes e esquecer tudo de bom que temos. Porque há sempre alguma coisa boa, mesmo no meio de todo o mal que nos possa estar a acontecer, mesmo no meio do caos que possa estar a nossa vida. Por vezes são só raros intervalos, que nos permitem vir à tona, tomar ar e voltar a mergulhar na vida. Mas são esses intervalos que nos dão alento e força para continuar a luta. Por isso, não podemos focar-nos apenas no geral, no global, no todo… Não podemos f

As injustiças da vida

Porque será que muitas vezes, quem menos merece é que sofre?  Porque é que, as pessoas boas, que só fazem o bem, que lutam pela felicidade, que pensam no bem dos outros, que fazem de tudo para o bem-estar de todos, acabam por receber da vida e dos demais, apenas e exatamente o oposto? Porque é que, na maioria das vezes, vemos pessoas más, que só pensam em si próprias, que traem, magoam e ferem, a receber em troca, alegria e felicidade, sorte e sucesso na vida? Não é inveja, não é despeito, não é má vontade... É sentido de justiça! Se eu visse o bem ser pago com o bem, queiria lá saber dos outros! Se eu visse as pessoas boas, felizes, realizadas, a receber na mesma medida em que dão, em que se dão, tudo estava bem e nem olhava para o resto. Mas custa ver injustiça, custa ver o amor ser pago com indiferença, ser espezinhado, custa ver a amizade ser reduzida a cinza sem motivos válidos, custa ver quem tudo faz, receber coisa nenhuma. Claro que, quem faz o bem não o faz por i

Princípios trocados

Hoje em dia, e cada vez mais, os princípios básicos da vida, do ser humano, da sociedade, estão virados do avesso.  Basta olhar em volta, olhar para o nosso lado e, saindo da nossa esfera privada, olhar para a televisão e para as redes sociais. O amor, a família, o amor ao próximo, o respeito pelos outros e por tudo o que nos rodeia são, neste momento, bens em vias de extinção. Como é possível, abandonar filhos, matar pais, desrespeitar tudo e todos, matar a natureza que é nossa por herança, sem pensar em consequências. Nos dias de hoje, a vida humana tornou-se numa coisa banal. Mata-se, maltrata-se, abandona-se, por motivos fúteis e despropositados. Aquilo que deveria ser o nosso bem maior - a vida - é-nos tirada, de formas vis e cruéis, por razões mesquinhas e sem sentido. Para onde caminha o mundo? Para onde vai o ser humano? As pessoas hoje em dia não são razoáveis, não conseguem gerir as frustrações e os fracassos, não há paciência, não sabem aceitar o que corr

Tempo de qualidade

O tempo é um bem muito precioso e que hoje em dia é desperdiçado por demais. Quantas vezes damos por nós a perder tempo com coisas fúteis e sem sentido, com coisas que apenas nos desgastam e sugam as nossas energias. Temos que aprender a aproveitar cada segundo que nos é dado, aprender a rentabilizar o nosso tempo com coisas que realmente valham a pena. Temos que pensar que o tempo nos escapa sem darmos por isso, que o amanhã é incerto e que o ontem não volta. O tempo que passamos em família ou com amigos, com as pessoas de quem gostamos, deve ser aproveitado ao máximo, deve ser vivido intensamente, sem distrações e sem reservas, porque mais tarde, quando alguém já não estiver por cá, porque a vida é mesmo assim, vamos pensar no tempo perdido, no tempo desperdiçado, no tempo em que estávamos distraídos. Vamos viver o agora, sem distrações, sem desculpas, sem olhar para o lado. Aproveitar todo o tempo para olhar nos olhos com verdade, falar com o coração, abraçar os que amamos,

O lado B das pessoas

Nem sempre as pessoas são como as vemos. Nem sempre o primeiro olhar mostra o que estamos a ver, a verdadeira essência, nem sempre aquilo que nos parece numa primeira abordagem, é o verdadeiro. Porque nem todas as pessoas são transparentes, nem todos somos verdadeiros, nem todos somos reais. Há sempre quem queira mostrar mais do que aquilo que é, que se faça passar por quem não é, nem de longe nem de perto. Há sempre quem queira cativar, mostrando dons e características que não são seus. Como lidar, como descobrir, como decifrar o que é real do que é feito, do que é encenado? Dar tempo... É o mais correcto... O tempo traz sempre a verdade,  a verdadeira essência das pessoas. Ninguém consegue fingir o tempo todo, acabamos sempre por mostrar o nosso verdadeiro "eu", mais cedo ou mais tarde. Deixemos pois o tempo fazer a sua parte e as máscaras irão cair. E aí... Aí conheceremos as pessoas verdadeiras, os verdadeiros amigos... Aí ficaremos a saber quem nos merec

O que se esconde por detrás de um sorriso?

Quando olhamos para alguém a sorrir, ou quando vemos alguém com um sorriso nos lábios, tiramos as nossas conclusões e avaliamos aquela pessoa. Pensamos logo que está feliz, que é simpática, que a vida lhe corre bem, que não tem problemas, que se lembrou de algum bom momento... E tantas outras coisas que podemos pensar e concluir, porque avaliar os outros sem conhecer a sua história é muito fácil para quem vê de fora. E todos nós gostamos de julgar e de opinar sobre a vida alheia, pelo menos a maioria de nós, quanto mais não seja pensar "se fosse eu, fazia diferente",  "a vida deve correr-lhe bem, quem me dera ter a sua sorte" e tantos outros pensamentos egoístas e infundados. No entanto, atrás dos sorrisos pode estar muita coisa... Por vezes, encontramos tudo menos felicidade. Um sorriso pode indicar simpatia, até aqui todos devemos concordar, porque uma pessoa que sorri com um simples bom dia, será com certeza uma pessoa afável e acessível. Já em relação à

Memórias

O final das férias deixa-nos sempre nostálgicos. É o voltar à rotina, o deixar o sol, o mar, os mergulhos na piscina, a cerveja fresquinha a matar a sede e o calor. Quando se vai com amigos acentua-se ainda mais... Sente-se falta das risadas, das brincadeiras, do ambiente, de andarmos em grupo para todo o lado. E por mais diferentes que sejam os feitios, as ideias e  a maneira de ser, consegue sempre dar-se a volta e ultrapassar, para que reine sempre a boa disposição e a harmonia... Cedências de parte a parte, boa vontade de todos os lados, consegue-se passar uns dias que ficarão connosco e iremos relembrar vezes sem conta. Porque no final as memórias, a vontade de voltar, os dias passados ao sol, as conversas e os dias longe do mundo, no nosso mundo, é que vão permanecer. As memórias fazem parte de nós, do nosso ser... Mas são as boas memórias que nos permitem criar laços com o passado e nos alentam para o futuro. Volto destas férias, mais descansada e com vontade de segui