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Mostrando postagens de novembro, 2018

Cegueira

Um dos nossos grandes problemas é a cegueira... A falta de visão que temos em relação aos nossos dias, à nossa vida, às pessoas que nos rodeiam. Muitas vezes vemos apenas aquilo que se nos apresenta à primeira vista, sem vermos mais além. Outras vezes simplesmente não queremos ver. Vemos as pessoas, mas não vemos o que está por trás, o que são por dentro, aquilo que escondem a um primeiro olhar. Há pessoas que nos mostram, que nos dão pistas, mas preferimos vê-las à nossa maneira, olhar só para aquilo que queremos que sejam. Depois há a nossa vida, que vemos como uma montanha-russa, seguindo desgovernada... Mas se olharmos bem a fundo, veremos que há montanhas-russas piores... Que há descarrilamentos sem volta e pontos sem retorno... Por vezes não queremos olhar para o lado e vemos apenas aquilo que nos afecta a nós, sem pensar que poderemos estar a ser injustos... Connosco e com os outros... Exigimos muito... De nós, da vida, dos outros... Mas nem sempre temos coragem de

Incertezas...

Quando se faz uma mudança na vida, espera-se que seja para melhor, certo? O objectivo é sempre esse... Ir em frente, chegar mais longe, ser mais feliz... Quando é que é suposto começarmos a sentir-nos felizes? Quando é suposto ver essa mudança dar frutos? Quando é suposto vermos as coisas a  melhorar? Pois... Não sei... No início parece que vem o vazio... A incerteza, o nervosismo, a ansiedade de que as coisas aconteçam e que se comece a ver a célebre luzinha ao fundo do túnel. E depois disso? Depois vem uma aparente luz, nem sempre aquela que gostaríamos de ver brilhar, mas ainda assim uma luz. E vamos... Seguimos essa luz, meio desconfiados, meio na dúvida, mas em frente, a ver no que dá. Vemos a dúvida surgir, vemos o caos, a confusão, a incerteza, tudo misturado com a esperança de que amanhã será melhor, que tudo melhora com o tempo. E o dia arrasta-se em busca de uma certeza para as dezenas de dúvidas que temos. Como saber quando devemos seguir e quando devemos para

Ensinamentos

Todos os dias crescemos um pouco, todos os dias aprendemos alguma coisa. Boa ou má, positiva ou negativa, importante ou banal, a verdade é que há sempre algo a retirar das situações com que somos deparados. Quanto mais não seja, retiramos aquilo que nos torna tóxicos ou que é tóxico para nós. E assim crescemos, porque limamos mais um pouco as arestas da nossa história e da nossa vida. Nem sempre entendemos as coisas, nem sempre vemos os porquês, outras vezes, nem existem porquês! As coisas simplesmente são o que são. Mas na maioria dos casos, conseguimos retirar ilações e ensinamentos que nos permitem entender e ver mais além. Todas as acções têm uma causa e um efeito. Não podemos, pura e simplesmente, pensar que aquilo que fazemos não tem consequências. Se agimos de uma determinada forma, porque somos motivados a isso por algo ou por alguém, esse acto vai originar um resultado, vai ter uma consequência em nós e nos outros. Não vivemos numa bolha, por isso, aquilo que fazemos re

Fio condutor

O que tem mais valor na nossa vida? Amor? Amizade? Lealdade? Honestidade? Respeito? Tudo são coisas importantes para uma vida feliz, para uma vida saudável, para uma vida em pleno. Mas se pudéssemos escolher uma base sólida para tudo isto, o que escolheríamos? Na minha opinião só o amor pode ser a base de tudo. E porquê? Porque o amor, sendo verdadeiro, abrange tudo o resto. Uma amizade o que é? Podem achar um cliché, mas é a mais pura forma de amor. O amor por aquela amiga ou amigo especial, o amor pela família, o amor pelos nossos... Pode haver amor maior? Há formas diferentes de amar, mas o amor será sempre o fio condutor em todas elas. E havendo amor, seja de que forma for, amor puro e de verdade, haverá tudo o resto. Não podemos amar alguém sem ser honestos, sem ser fiéis e leais, sem respeitar o outro e as suas ideias e pensamentos. Quando há amor, tudo muda, tornamo-nos melhores pessoas, melhores amigas, melhores filhas, porque temos o coração aquecido e aconch

Confiar

Em que podemos acreditar quando deixamos de acreditar?  Onde vamos buscar forças quando já não existem forças?  Como voltamos a confiar em nós e nos outros quando a confiança se acaba?  Como voltamos a abrir o coração quando este se fechou a sete chaves?  Como voltamos a dar-nos quando nos sentimos vazios? A vida por vezes tira-nos aquilo que temos como certo. Outras vezes, são circunstâncias e fatores externos que fazem com que fiquemos sem algo que consideramos indispensável para sobreviver. O que fazer quando nos sentimos sem chão, sem rumo, sem vida?  A verdade é que falar é muito fácil... Podemos dizer que amanhã será melhor, que mais cedo ou mais tarde as coisas se vão resolver, que um dia tudo irá melhorar.  Mas no fundo, ouvir estas coisas de pouco ou nada adianta, quando não o conseguimos sentir. Quando no fundo de nós não há uma réstia de esperança, quando nos sentimos ocos, de que servem as palavras?  Podemos ouvir todas as promessas, podemos sentir todo o

Fora de mão

Há coisas que não estão nas nossas mãos, coisas que teimam em fugir do nosso alcance, por mais que tentemos controlá-las. Não podemos forçar algo a acontecer quando não há nada que nos compita fazer. Por vezes há coisas que nos escorrem por entre os dedos e, por mais que fechemos as mãos, continuam a cair em cascata até terminarem no chão, inertes. Há acontecimentos na nossa vida aos quais gostaríamos de mudar o rumo, mas pura e simplesmente, não temos forças nem capacidades para tal. Nem tudo na nossa própria vida é controlado por nós. Fazemos escolhas, seguimos caminhos, tomamos partidos, mas apenas temos metade da moeda. A outra metade tem a ver com as escolhas dos outros, com o efeito daquilo que escolhemos, ou com as circunstâncias externas que alteram ou encaminham a decisão para fora da nossa mão. Podemos até tentar inverter alguma situação, podemos tentar mudar o rumo dos acontecimentos, podemos tentar mostrar o nosso ponto de vista, mas este será sempre isso, o nosso

Olhar e ver

O que vês da tua janela? Já fizeste este exercício? Por vezes passamos pelas coisas e não as vemos, olhamos mas não estamos realmente a ver. Se olharmos pela janela, o que vemos de novo, se nos concentrarmos verdadeiramente em ver? Hoje está um dia de sol, algumas nuvens por cima do mar… Os pássaros aproveitam o intervalo para sobrevoar e cantarolar, buscando o alimento que lhes fará falta em dias vindouros. As folhas de cores diversas, brilham com a luz do sol, dando uma mistura de tons que é agradável à vista. Corre uma leve brisa, apenas o suficiente para balançar harmoniosamente os galhos das árvores e arbustos dos quintais vizinhos. Os telhados, de várias cores e formatos, ajudam a compor este quadro, dando-lhe uma variedade de formas. Vejo vida… A vida a acontecer, o dia que segue, independentemente daquilo que se passa cá dentro. O mesmo se passa connosco… Muitas vezes estamos apenas a ver o tempo a passar, sem olharmos com olhos de ver, para nós e para o que no

Há dias e dias

Há dias que devíamos riscar do calendário. Esses dias, passávamos à frente como se não existissem, fazíamos uma ponte imaginária e saltavamos para o dia a seguir. E com ele, todas as memórias e acontecimentos desse dia.  Se tudo serve para crescermos? Sim, tudo serve para nos ensinar a entender melhor a vida e quem nos rodeia.  Mas também é verdade que há dias que, por mais voltas que dermos, nunca vamos entender, nunca vamos aceitar, nunca vamos retirar nada de positivo.  Por isso, eliminavamos esses dias!  Ficávamos a hibernar, no nosso casulo, à espera que o dia passasse, sem o ver, sem o sentir e sem pensar em nada.  E depois acordávamos, no dia seguinte, com um novo alento, porque ficou para trás aquilo que nos magoa.  Claro que isto não é possível, por mais que quiséssemos que fosse. E, bem vistas as coisas, se fossemos a riscar todos os dias que nos ferem, acabávamos por viver apenas a meio gás, vivíamos apenas meia vida.  No entanto, acredito que aquilo que nos

Luz e escuridão

A vida é composta por altos e baixos. Por vezes os altos não são assim tantos e os baixos são mais que muitos. Tudo isto faz parte e precisamos de tudo para crescer e para aprender o verdadeiro significado da vida. Se não tivéssemos momentos maus, não conseguiríamos valorizar os bons, porque seriam banais. Tal como no universo há a luz e a escuridão e ambas coexistem, ambas se complementam e sempre, todos os dias, quando acaba uma, chega a outra e temos isso por certo, também na vida assim o é. Devemos olhar para a nossa vida dessa forma, não tomando a luz como certa, porque sabemos que, de seguida, esta se poderá apagar. Tal como a escuridão não durará para sempre. Há sempre uma luz que se acende, por cada uma que se apaga. Podemos nem sempre ver isso, nem sempre confiar que isso irá acontecer, podemos duvidar da luz, do sol e das estrelas, mas depois da noite, chega o dia… Sempre… E por mais que a escuridão nos cegue no momento, mais cedo ou mais tarde, veremos que algumas l

Qualidades vs Defeitos

Sempre que me pedem para dizer as minhas qualidades e os meus defeitos, deparo-me com uma espécie de bloqueio quando chega a vez das qualidades. Ao passo que os defeitos saem naturalmente, as qualidades ficam presas num recanto qualquer da mente e não há meio de sair. Talvez porque não goste muito de falar de mim, talvez por modéstia ou por receio de, mais tarde, defraudar as expectativas de quem ouve, ou apenas porque ache que são mais os meus defeitos que as minhas capacidades. Na verdade, é mais fácil identificarmos os nossos defeitos do que as qualidades e, por isso, enumerar apenas umas quantas coisas positivas em nós, torna-se difícil, ao passo que as más saltam cá para fora sem esforço. E quando, num dia já de si mau, alguém nos faz sobressair esse nosso lado mais negro, vai tudo por água abaixo… Aí nem uma qualidadezinha que seja conseguimos encontrar! Já fui segura de mim, já fui derrubada na minha segurança, já me achei com todas as capacidades, já achei que não vali

Equilíbrio

Há dias em que parece que temos todos os sonhos do mundo, que vemos o céu azul, acordamos com um sorriso no rosto, o dia está ensolarado, a vida segue o rumo que queremos que siga… E tudo vai bem. Sonhamos alto, acreditamos naquilo que idealizamos, fazemos planos, traçamos metas e vemos, de facto, o resultado ao fundo, pronto para ser alcançado. Mas depois outro dia vem… E parece que tudo se desmorona. Os sonhos, os planos, as metas, os ideais. Parece que tudo fica mais longe, mais distante e inalcançável. Parece que tudo se esfuma no ar. E aí os pensamentos ficam mais baixos, mais rasos, mais básicos. Há dias em que, por mais que nos esforcemos, a vida não anda para a frente. E assim vamos vivendo a vida, como se nos tratássemos de marionetas, onde apenas seguimos os passos que o destino, ou sabe-se lá o quê, nos ordena. Como podemos saber para que lado deve pender a balança? Como podemos avaliar para que lado nos devemos inclinar e por qual dos lados nos devemos guiar.

Pingos de chuva

Nuvens carregadas… O vento sopra, não em demasia, mas o suficiente para que as árvores dancem ao seu sabor e as folhas secas rodopiem pelo chão, criando uma coreografia de cor e movimento. A chuva ameaça cair, espreita lá ao cimo, deixando-nos naquela dúvida do cai não cai, vem não vem, mas acaba por ir ficando por lá… E nós na espera… O dia está frio, aquele frio que nos faz querer manter-nos no aconchego, com a lareira por perto, a ver a vida desenrolar-se lá fora, olhando apenas da janela. São dias dados à monotonia, aos pensamentos, às lembranças e aos sonhos. Dias em que vemos a vida passar e nós aqui, só a assistir, sem vontade de intervir, sem vontade de mudar o rumo natural das coisas. Os primeiros pingos de chuva começam a cair e ficamos a ver… Ficamos hipnotizados a percorrer com o olhar o suave deslizar das gotas nos vidros da janela. Elas correm, devagar, mas ininterruptamente, seguem o seu rumo, contornando os obstáculos que se possam apresentar no seu caminho.

Não deixes para amanhã

Quantas vezes nos lembramos de alguém que já não falamos há algum tempo e pensamos “amanhã ligo, amanhã mando mensagem”. Mas depois o dia passa, voltamos a esquecer e continuamos na distância. Quantas vezes pensamos em combinar algo com uma pessoa de quem gostamos, mas hoje não dá, amanhã não me dá jeito, fica para a semana… E quando damos por isso, um mês e outro passa e nada acontece. Quantas vezes dizemos “não vão faltar oportunidades”, para um café, para uma conversa, para um cinema, para um passeio… Mas, dia após dia, as oportunidades vão passando e o café fica frio, a conversa não sai, o filme já saiu de cartaz e o passeio fica por fazer. Podem parecer coisas banais, podem parecer coisas de somenos importância, mas a verdade é que são situações e coisas das quais precisamos, são coisas que nos fazem falta para quebrar a monotonia dos dias e para nos aquecer o coração. E quando olharmos para trás, lá na frente da vida, veremos que nos fazem falta estes momentos, que dever