Nuvens carregadas… O vento sopra,
não em demasia, mas o suficiente para que as árvores dancem ao seu sabor e as
folhas secas rodopiem pelo chão, criando uma coreografia de cor e movimento.
A chuva ameaça cair, espreita lá
ao cimo, deixando-nos naquela dúvida do cai não cai, vem não vem, mas acaba por
ir ficando por lá… E nós na espera…
O dia está frio, aquele frio que
nos faz querer manter-nos no aconchego, com a lareira por perto, a ver a vida
desenrolar-se lá fora, olhando apenas da janela.
São dias dados à monotonia, aos
pensamentos, às lembranças e aos sonhos. Dias em que vemos a vida passar e nós
aqui, só a assistir, sem vontade de intervir, sem vontade de mudar o rumo
natural das coisas.
Os primeiros pingos de chuva
começam a cair e ficamos a ver… Ficamos hipnotizados a percorrer com o olhar o
suave deslizar das gotas nos vidros da janela. Elas correm, devagar, mas ininterruptamente,
seguem o seu rumo, contornando os obstáculos que se possam apresentar no seu
caminho.
E isso faz-me sorrir… Curiosa
metáfora esta… Uma simples gota de chuva consegue superar e ultrapassar o que
lhe aparece pela frente… E nós, ai nós… Que basta uma gota de água na nossa
rota e já nos ficamos por aí, já pensamos em desistir… Sejamos mais como este
pingo de chuva, contornar, desviar, dar a volta, mas nunca desistir, nunca
parar, sempre em busca do nosso caminho.
Comentários
Postar um comentário