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Os silêncios

Há silêncios ensurdecedores… Aqueles silêncios que teimam em calar aquilo que mais queremos ouvir, que teimam em amordaçar as respostas que precisamos escutar.
Por vezes precisamos que as vozes que se calam, gritem a plenos pulmões, nos mostrem o caminho, nos ensinem a verdade, nos abram os olhos para algo que não conseguimos enxergar.
Há momentos na vida em que precisamos de limpar a nossa mente, de esvaziar a alma de tudo aquilo que a está a intoxicá-la, a enchê-la de dúvidas, de incertezas, de frustrações… Há dias em que precisamos de fazer uma pausa, olhar para dentro de nós e sentir verdadeiramente… Apenas sentir. Sentir quem somos, o que somos, aquilo que queremos e aquilo que precisamos. Sentir quem temos no mesmo barco, quem está disposto a remar connosco, a fazer frente a ventos e marés. E permanecer em silêncio, ouvir os sinais, ouvir os nossos próprios pensamentos e não nos deixar contaminar por opiniões alheias.
Mas, findo este pequeno isolamento, precisamos de ouvir outras vozes, as vozes que realmente nos importam, as vozes que nos ajudam a ser nós, a sermos inteiros.
Às vezes precisamos que a vida nos sussurre ao ouvido e nos mostre por onde seguir, nos guie de volta à nossa essência.
Há vozes que nos fazem falta… Há silêncios que uma hora nos são necessários e outra nos sufocam… Há vazios que ficam para sempre e há vazios que nos enchem de força… Há dias em que precisamos de falar, connosco, com alguém e há dias em que simplesmente queremos hibernar e acordar apenas na estação seguinte.
Os silêncios são necessários, para nos reconstruirmos, para nos colocarmos de pé novamente, mas quando esses silêncios começam a gritar e a ecoar na nossa cabeça de forma dolorosa, é tempo de soltar a voz e quebrar a mudez.




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