Pular para o conteúdo principal

Os amores da vida

Há várias formas de amor e várias formas de amar. Há quem ame tudo e todos, há quem não ame ninguém, há quem seja mais ou menos selectivo nas pessoas a quem abre o coração. 
Eu não amo qualquer pessoa, aliás amo muito poucas, mas as que amo é para sempre, incondicionalmente. Talvez nem sempre o mostre, mas elas sabem bem quem são. 
Para mim o amor só faz sentido assim, refinado, selectivo, escolhido a dedo. Não podemos colocar no mesmo patamar todas as pessoas que gostamos, porque correríamos o risco de banalizar uma coisa que é, ou deveria ser, preciosa. 
Podemos gostar de muita gente, podemos simpatizar com outros tantos, podemos gostar de estar com várias pessoas, mas amar, amar mesmo, não.  Não amamos todos. Eu pelo menos funciono desta maneira. Penso que só assim faz sentido. Amo as pessoas que me são mais próximas, que me tocam mais profundamente que, de alguma forma, tornam a minha vida mais preenchida, com mais sentido. 
No entanto, este amor não nasce do zero, não é de caras. Vai nascendo e crescendo aos poucos, porque é necessário dar-lhe tempo para desabrochar, para se mostrar, porque não podemos amar o desconhecido. 
Como podemos amar quem não conhecemos, quem não se deu e a quem não demos nada de nós? 
O amor é uma coisa séria, que precisa de maturidade, de tempo, de alimento... 
Amo poucas pessoas, mas não considero que amo menos... Posso parecer esquisita, selectiva demais, desconfiada demais, precavida demais, mas não... Apenas acho que nem todos merecem o nosso amor, nem todos ocupam o mesmo lugar no nosso coração e na nossa vida. Não amo de menos... Amo muito, amo demais... Só que o meu amor está concentrado em menos pessoas. Está focado só e apenas em quem o merece e em quem me ama de volta na mesma medida.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Palavras suspensas

Há dias em que as palavras nos faltam. Dias em que não conseguimos destrinçar o novelo dos pensamentos, nem encontrar aquele fio perdido que nos permite dar seguimento a uma simples frase.  Há momentos em que, simplesmente, não conseguimos traduzir aquilo que estamos a sentir.  Dias tristes, sem razão aparente, em que tudo está exatamente como ontem e, provavelmente, igual ao que estará amanhã. Não falta nada essencial, tudo o necessário, o estritamente necessário, está lá, mas falta tudo o resto.  Falta o calor, falta a luz, falta a brisa no rosto, falta a voz calma e calorosa que nos diz: "Vai ficar tudo bem." "Vai dar tudo certo." "Acredita!"  Nem todos os dias são bons.  Nem todos os dias são de esperança.  Há dias de saudade, de tristeza, de falta de esperança e de perspectivas para dar um passo em frente e seguir.  Há dias em que só apetece "estar".  Estar aqui, pairar pelo dia fora, sem fazer nada que contrarie o rumo qu

Novos tempos

 Vivemos dias estranhos.  Tempos em que deambulamos, tal fantasmas, tentando perceber os quês e os porquês, tentando decifrar o caminho mais seguro, tentando aprender os novos tempos que nos sufocam os gestos e a alma.  Ansiamos por liberdade, por abraços e afetos, por respirar o ar livre de quem sabe o amanhã risonho e seguro.  Por agora resta-nos continuar este trilho inseguro, com um nó no peito, entre o assustados e o expectantes, sem saber quais as verdades que nos estão reservadas.  Cabe-nos seguir com um misto de esperança e incerteza, precavidos e desalentados, com fé no futuro, mas receio nos dias, dando o melhor de nós a cada esquina.  A esperança permanece, por mais dura que seja a viagem. Apesar dos tempos em que nos dizem que as lonjuras são necessárias, esperamos pelo dia em que as distâncias se apaguem e os sorrisos nos voltem abertos e espontâneos, tal como os braços que não mais se fecharão.  Aguardamos pelas mesas, novamente cheias, de risos e gargalhadas, os espaços

Que mundo é este?

O mundo está imundo. Carregado de ódio, invadido por pessoas de mau carácter, ou sem carácter nenhum, cheio de gente desumana, que não valoriza a vida, nem a sua nem a de quem está próximo. Cada dia aumenta o desamor, o rancor, a raiva. Todos os dias sobe o desrespeito pelos outros, pela vida humana. Como é possível desrespeitar aquilo que temos de mais sagrado? Como é possível não olhar a meios para atingir o final que se quer? Como podemos viver num mundo onde o ódio cresce ao virar da esquina? Onde se mata quem deveríamos ter de mais precioso, apenas por cobiça, por mesquinhez, por egoísmo… Como podemos esperar um mundo melhor, se a cada dia que passa, morre mais uma mulher, vítima da maldade de quem um dia amou. O amor não é isto! O amor leva-nos a sermos melhores, a querermos o bem de quem amamos, a preferir sofrer no lugar dessa pessoa, a querer sempre o melhor para ela, mesmo que longe de nós… O amor não nos faz matar por ciúme, por egoísmo, por desejar alguém a