Pular para o conteúdo principal

Dar Amor...

Numa altura em que cada vez mais se olha para o próprio umbigo, cada vez mais se usam de todos os meios para singrar na vida, cada vez mais se procura a fama e o proveito, sem olhar a meios, em que cada vez mais é cada um por si, é ridículo ver chegar a época natalícia e toda a gente transbordar amor por todos os poros.
Quem tem amor no coração, tem-no o tempo todo, o ano inteiro e não apenas com dias marcados.
De que adianta, passar o ano a atropelar tudo e todos, a não olhar para o lado sequer, a não ver nada senão a imagem reflectida no espelho, para depois vir pregar o amor e a união de todos, apenas porque fica bem na fotografia e dá likes nas redes sociais?
Comigo não... Se querem abraços, beijos, amor, se querem amizade, ajuda, solidariedade, se querem um ombro amigo, um sorriso nos lábios, uma mão estendida, têm de ser coerentes...
O Natal é por si só uma época de sentimentos, de união familiar, de união entre as pessoas, de calor humano, devemos demonstrar isso mesmo, devemos aproveitar para usufruir da companhia de quem amamos, de quem nos está próximo. O que não podemos é esquecer isso mal soam as 12 badaladas  e quebrar a espécie de feitiço em que entramos nesta altura!
Porque quem ama de verdade, ama o ano inteiro, quem tem a bondade no coração, é bom o ano inteiro, quem sente saudades de um abraço, sente-as o ano inteiro, quem tem vontade de estar junto, de ser amigo, de ajudar e ser ajudado, tem o ano inteiro. Os bons sentimentos não são sazonais, o amor não tem prazo de validade.
Por isso, dêem valor a quem o tem, amem quem merece o vosso amor, ajudem quem precisa de ser ajudado, sejam bons, solidários, semeiem aquilo que desejam colher... Todos os dias, o ano inteiro, sem desculpas, sem subterfúgios, sem datas especiais... Porque todos os dias são especiais se tivermos objectivos para seguir, alguém por quem lutar, uma vida para viver.


Facebook
Instagram

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Palavras suspensas

Há dias em que as palavras nos faltam. Dias em que não conseguimos destrinçar o novelo dos pensamentos, nem encontrar aquele fio perdido que nos permite dar seguimento a uma simples frase.  Há momentos em que, simplesmente, não conseguimos traduzir aquilo que estamos a sentir.  Dias tristes, sem razão aparente, em que tudo está exatamente como ontem e, provavelmente, igual ao que estará amanhã. Não falta nada essencial, tudo o necessário, o estritamente necessário, está lá, mas falta tudo o resto.  Falta o calor, falta a luz, falta a brisa no rosto, falta a voz calma e calorosa que nos diz: "Vai ficar tudo bem." "Vai dar tudo certo." "Acredita!"  Nem todos os dias são bons.  Nem todos os dias são de esperança.  Há dias de saudade, de tristeza, de falta de esperança e de perspectivas para dar um passo em frente e seguir.  Há dias em que só apetece "estar".  Estar aqui, pairar pelo dia fora, sem fazer nada que contrarie o rumo qu

Novos tempos

 Vivemos dias estranhos.  Tempos em que deambulamos, tal fantasmas, tentando perceber os quês e os porquês, tentando decifrar o caminho mais seguro, tentando aprender os novos tempos que nos sufocam os gestos e a alma.  Ansiamos por liberdade, por abraços e afetos, por respirar o ar livre de quem sabe o amanhã risonho e seguro.  Por agora resta-nos continuar este trilho inseguro, com um nó no peito, entre o assustados e o expectantes, sem saber quais as verdades que nos estão reservadas.  Cabe-nos seguir com um misto de esperança e incerteza, precavidos e desalentados, com fé no futuro, mas receio nos dias, dando o melhor de nós a cada esquina.  A esperança permanece, por mais dura que seja a viagem. Apesar dos tempos em que nos dizem que as lonjuras são necessárias, esperamos pelo dia em que as distâncias se apaguem e os sorrisos nos voltem abertos e espontâneos, tal como os braços que não mais se fecharão.  Aguardamos pelas mesas, novamente cheias, de risos e gargalhadas, os espaços

Que mundo é este?

O mundo está imundo. Carregado de ódio, invadido por pessoas de mau carácter, ou sem carácter nenhum, cheio de gente desumana, que não valoriza a vida, nem a sua nem a de quem está próximo. Cada dia aumenta o desamor, o rancor, a raiva. Todos os dias sobe o desrespeito pelos outros, pela vida humana. Como é possível desrespeitar aquilo que temos de mais sagrado? Como é possível não olhar a meios para atingir o final que se quer? Como podemos viver num mundo onde o ódio cresce ao virar da esquina? Onde se mata quem deveríamos ter de mais precioso, apenas por cobiça, por mesquinhez, por egoísmo… Como podemos esperar um mundo melhor, se a cada dia que passa, morre mais uma mulher, vítima da maldade de quem um dia amou. O amor não é isto! O amor leva-nos a sermos melhores, a querermos o bem de quem amamos, a preferir sofrer no lugar dessa pessoa, a querer sempre o melhor para ela, mesmo que longe de nós… O amor não nos faz matar por ciúme, por egoísmo, por desejar alguém a