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Balanço anual...

Esta altura do ano é propícia a balanços... Mais um ano que termina, um ano novo que começa... Renovam-se as esperanças, os sonhos, os planos. E pesamos as vitórias e as derrotas, as alegrias e as frustrações, as descobertas boas e as desilusões, que durante um ano vivemos. 
Todos os anos fazemos a mesma coisa, sentimos o mesmo, achamos que ao mudar um dia de calendário, tudo irá mudar. 
Mas o que fazemos nós para mudar? O que fazemos nós para que não seja um dia mais, para que de facto a mudança se comece a concretizar? O que fizemos nós, de concreto, desde Janeiro passado?
O mundo não muda por si só, a sorte não chega se não lutarmos por ela, a mudança não vem, se não sairmos do lugar. O mundo não será um lugar melhor para viver se cada um de nós não fizer algo para que isso aconteça. 
Estamos sempre à espera que o ano seja bom, fazemos planos, traçamos metas, sonhamos, idealizamos, construímos castelos no ar, para depois deixar passar 365 dias sem mudar um centímetro que seja da nossa posição. 
Para crescer, para ganhar algo, para sermos melhores, mais felizes, mais preenchidos, precisamos de sair da nossa zona de conforto e fazer por isso. Dar um passo de cada vez, estudar esses passos um a um, corrigindo aqui e ali algum traço mal feito, reformulando o caminho a cada dia, mas fazer acontecer a mudança que queremos. Buscar, de facto, a felicidade que procuramos, um emprego melhor, uma vida melhor. 
Procurar mais afectos, mais amor, mais conversas, mais risadas, mais sorrisos... Não deixar nunca para amanhã, aquele cinema, aquele jantar, aquele passeio... Os dias passam e quando dermos por ela, será fim de ano novamente e teremos os mesmos sonhos, as mesmas promessas, as mesmas metas e menos um ano. 
Se te apetecer chorar, chora e depois limpa as lágrimas e segue em frente. 
Se te apetecer sorrir, sorri e procura alguém para sorrir contigo. 
Se te apetecer correr na chuva, corre e depois aquece-te com um chá quente, uma lareira ou um abraço apertado. 
Se te apetecer rir à gargalhada sem motivo, ri, até as lágrimas correrem pela tua face e divide essa gargalhada com quem precisa dela. 
Não podemos deixar dias por viver... Porque chegará o tempo em que não teremos tempo para lhes dar vida. E os sonhos ficarão perdidos na eternidade, as metas por cortar e os planos por traçar. 

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