Sempre nos disseram que “se fecha
uma porta, mas abre-se uma janela”. Será que é mesmo assim?
Às vezes parece que se fecham as
portas, as janelas, as cortinas e as persianas! Parece que a nossa vida se
prepara para um furacão imaginário e, por isso, se fecha bem fechada para não
ser devastada.
Ficamos presos em nós mesmos, sem
luz, sem saída, sem conseguirmos sair do mesmo lugar, sem conseguirmos sequer
ver uma fresta do que aí vem. E o problema disto é que, em vez de a tempestade
estar lá fora e nós ficarmos protegidos, ela fica do lado de dentro da
barricada, connosco, a abalar as nossas bases, as nossas convicções e a tentar
arrastar-nos na ventania.
O que fazer então? Quando parece
que não há saída e que todas as portas estão fechadas a sete chaves?
Não é uma resposta fácil, nem
será fácil encontrar uma saída, mas tenho a convicção que alguma saída há-de
haver.
Devemos procurar no mais profundo
do nosso ser, porque algures haverá uma chave que encaixe em alguma das
fechaduras que nos mantém cativos. Devemos buscar uma saída, uma pequena
abertura na nossa cela, que nos permita escapar da escravidão de nós mesmos. Há
sempre, escondido, um pé de cabra que nos permitirá arrancar os pregos que nos
prendem e nos impedem de nos libertamos.
Para isso, é necessário
entendermos e chegarmos à conclusão que o furacão está cá dentro, que o perigo
é ficar no mesmo sítio, escondidos, presos e com a falsa sensação de segurança.
Temos que abrir portas, de par em
par, arregaçar as mangas e enfrentar os maus ventos, os pingos de chuva e tudo
o que nos separe do nosso objetivo, mesmo que este seja ainda meio incerto,
meio enevoado, à medida que avançarmos na sua direção, ele se tornará mais perceptível
e mais claro.
O que não podemos é parar de
lutar e ficarmos escondidos no nosso casulo, porque aí a névoa será completa.
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