Pular para o conteúdo principal

Vamos fugir para Marte?

Às vezes tenho a sensação que vivo no planeta errado. Um planeta cheio de  buracos e locais recônditos, cheio de cantos e recantos e verdades escondidas. 
Um planeta onde a justiça nem sempre impera, onde os valores andam pela hora da morte, onde o bom senso tirou férias. 
As pessoas indignam-se pelas coisas erradas, regozijam-se pelas coisas mais fúteis, valorizam o que não vale nada. 
Talvez num Marte distante consigamos recomeçar uma nova espécie humana, qual Arca de Noé, capaz de reter apenas o que é bom no ser humano. Talvez lá possamos renovar a esperança nesta humanidade perdida de éticas e respeito pelos outros. 
Não somos todos iguais. Ponto. Há que respeitar a individualidade de cada um, os sonhos, os desejos, os gostos, as escolhas. Cada um deve ser o que quiser, o que escolher ser, cada um deve viver como quiser, como se sentir melhor e mais feliz. 
Não nos cabe a nós julgar, apontar o dedo ou olhar com desdém! 
Não sou perfeita, longe disso. Não consigo mudar o mundo e honestamente, não creio que dê um grande contributo para que isso aconteça. Tento sim, que o meu mundo seja o melhor. Rodeio-me dos melhores, tento lutar conforme posso e sei, para que os meus e eu nos sintamos bem. Acho que se cada um cuidasse do seu mundo, o nosso mundo seria melhor. 
Não podemos ser todos iguais, gostar todos do mesmo ou ter todos a mesma opinião, mas não devemos querer que os outros pensem como nós. Temos que respeitar cada um, debater ideias, sim, não apedrejar e denegrir tudo aquilo que se move em sentido oposto. 
Dizem que afinal há oxigénio em Marte... Vamos para lá? 




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Palavras suspensas

Há dias em que as palavras nos faltam. Dias em que não conseguimos destrinçar o novelo dos pensamentos, nem encontrar aquele fio perdido que nos permite dar seguimento a uma simples frase.  Há momentos em que, simplesmente, não conseguimos traduzir aquilo que estamos a sentir.  Dias tristes, sem razão aparente, em que tudo está exatamente como ontem e, provavelmente, igual ao que estará amanhã. Não falta nada essencial, tudo o necessário, o estritamente necessário, está lá, mas falta tudo o resto.  Falta o calor, falta a luz, falta a brisa no rosto, falta a voz calma e calorosa que nos diz: "Vai ficar tudo bem." "Vai dar tudo certo." "Acredita!"  Nem todos os dias são bons.  Nem todos os dias são de esperança.  Há dias de saudade, de tristeza, de falta de esperança e de perspectivas para dar um passo em frente e seguir.  Há dias em que só apetece "estar".  Estar aqui, pairar pelo dia fora, sem fazer nada que contrarie o rumo qu

Novos tempos

 Vivemos dias estranhos.  Tempos em que deambulamos, tal fantasmas, tentando perceber os quês e os porquês, tentando decifrar o caminho mais seguro, tentando aprender os novos tempos que nos sufocam os gestos e a alma.  Ansiamos por liberdade, por abraços e afetos, por respirar o ar livre de quem sabe o amanhã risonho e seguro.  Por agora resta-nos continuar este trilho inseguro, com um nó no peito, entre o assustados e o expectantes, sem saber quais as verdades que nos estão reservadas.  Cabe-nos seguir com um misto de esperança e incerteza, precavidos e desalentados, com fé no futuro, mas receio nos dias, dando o melhor de nós a cada esquina.  A esperança permanece, por mais dura que seja a viagem. Apesar dos tempos em que nos dizem que as lonjuras são necessárias, esperamos pelo dia em que as distâncias se apaguem e os sorrisos nos voltem abertos e espontâneos, tal como os braços que não mais se fecharão.  Aguardamos pelas mesas, novamente cheias, de risos e gargalhadas, os espaços

Que mundo é este?

O mundo está imundo. Carregado de ódio, invadido por pessoas de mau carácter, ou sem carácter nenhum, cheio de gente desumana, que não valoriza a vida, nem a sua nem a de quem está próximo. Cada dia aumenta o desamor, o rancor, a raiva. Todos os dias sobe o desrespeito pelos outros, pela vida humana. Como é possível desrespeitar aquilo que temos de mais sagrado? Como é possível não olhar a meios para atingir o final que se quer? Como podemos viver num mundo onde o ódio cresce ao virar da esquina? Onde se mata quem deveríamos ter de mais precioso, apenas por cobiça, por mesquinhez, por egoísmo… Como podemos esperar um mundo melhor, se a cada dia que passa, morre mais uma mulher, vítima da maldade de quem um dia amou. O amor não é isto! O amor leva-nos a sermos melhores, a querermos o bem de quem amamos, a preferir sofrer no lugar dessa pessoa, a querer sempre o melhor para ela, mesmo que longe de nós… O amor não nos faz matar por ciúme, por egoísmo, por desejar alguém a