Vivemos dias estranhos.
Tempos em que deambulamos, tal fantasmas, tentando perceber os quês e os porquês, tentando decifrar o caminho mais seguro, tentando aprender os novos tempos que nos sufocam os gestos e a alma.
Ansiamos por liberdade, por abraços e afetos, por respirar o ar livre de quem sabe o amanhã risonho e seguro.
Por agora resta-nos continuar este trilho inseguro, com um nó no peito, entre o assustados e o expectantes, sem saber quais as verdades que nos estão reservadas.
Cabe-nos seguir com um misto de esperança e incerteza, precavidos e desalentados, com fé no futuro, mas receio nos dias, dando o melhor de nós a cada esquina.
A esperança permanece, por mais dura que seja a viagem. Apesar dos tempos em que nos dizem que as lonjuras são necessárias, esperamos pelo dia em que as distâncias se apaguem e os sorrisos nos voltem abertos e espontâneos, tal como os braços que não mais se fecharão.
Aguardamos pelas mesas, novamente cheias, de risos e gargalhadas, os espaços anteriormente vazios, ocupados de sons e corpos e braços e vida.
Esperamos pelo futuro. Melhor. Pela tranquilidade de não ter medo. Pelo toque. Pelo olhar nos olhos, sem ser por obrigação. Pelo sorriso aberto e visível, sem barreiras. Pelo abraço de quem queremos e quando queremos. Pela vida que temos em suspenso.
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