Dou por mim a pensar nas
alterações do tempo. Em como se viveu e como se vive hoje em dia.
E tudo isto porquê?
Há dias conversava com a minha
sobrinha e falava das brincadeiras que se faziam no meu tempo (meu Deus! Não
acredito que disse “no meu tempo”! Estou mesmo velha!).
A verdade é que se agora existem
computadores, telemóveis, tablets e afins, o mais perto que eu estive disso foi
através de um jogo de tetris e, mesmo assim, penso que só bem mais tarde,
quando os meus irmãos já eram crescidinhos e o jogo era mais deles que meu.
É claro que já havia tecnologia,
calma, também não sou da idade da pedra! Mas essas coisas simplesmente não
chegavam a todos e muito menos faziam parte do dia-a-dia.
Sendo eu, nascida e criada, numa
família onde o trabalho da terra era também um meio de sustento, as
brincadeiras não poderiam ser mais livres e variadas.
Desde as correrias pelos campos,
no meio dos milheirais (e que bom que era chapinhar na água quando era dia de
rega), a fazer penteados nas espigas de milho, aos colares feitos de
malmequeres, as cadeirinhas de junco… Os nossos dias eram passados ao ar livre,
de manhã à noite, sem muitas regras, nem horas marcadas… Sem aparelhos, nem
tecnologias… E era tão bom.
Ajudávamos nas desfolhadas (ou
atrapalhávamos), andávamos de carroça, em cima da erva acabada de cortar,
fazíamos bolos de lama, andávamos descalços pela terra… Tão diferentes os
tempos de hoje, em que as crianças já nascem a saber mexer em telemóveis e tudo
o que envolva tecnologia e passam um dia fechados em casa, entretidos assim,
com a maior naturalidade.
Para mim, e para a minha geração,
um dia fechados em casa era um castigo que evitávamos ao máximo pagar.
Queríamos sol e ar fresco, brincadeiras na rua, nos campos, em todo o lado,
onde tudo servia de brinquedo.
Chegávamos ao final do dia
imundos, de roupa suja, sem dúvida, mas de alma lavada.
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