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Medo

A maioria de nós tem medo do desconhecido, do incerto, tem medo daquilo que não consegue controlar, daquilo que não consegue dominar.
É um medo natural e legítimo.
Por norma, gostamos de conseguir prever, pelo menos minimamente, aquilo que estará por vir, gostamos do conforto do que conhecemos e do que temos como concreto.
Mas a vida não se resume àquilo que conhecemos e que nos rodeia na nossa esfera mais próxima, há também o mundo exterior, o desconhecido, há o risco do que fica mais além.
Por vezes na vida temos que pisar esse risco e até atravessá-lo para conhecermos os nossos limites, as nossas reais capacidades, a nossa verdadeira força.
Dá medo? Sim, claro que sim.
Dá receio de falhar, de não estar à altura, de não conseguir lidar com algo que não estávamos preparados para enfrentar. Mas mesmo assim, é importante que esse passo em frente seja dado. Não para o abismo, não para a escuridão total, mas passo a passo, a tactear cada centímetro que avancemos, a palmilhar com calma cada avanço que fizermos.
Mas em frente, apesar de tudo.

Com medo, com receio, com incertezas e dúvidas, mas sempre em movimento, porque o incerto poderá ser o mais certo para nós.





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