Pular para o conteúdo principal

Coisas que me tiram do sério - Parte 1

Será que toda a gente sabe o verdadeiro significado da Páscoa? 
Será que todos esses que andam a chorar por não poderem celebrar a Páscoa, sabem verdadeiramente, o que ela significa? 
Sinceramente não me parece. 
Estamos a viver uma pandemia a nível mundial. Sim, mundial. Significa que se encontra, em maior ou menor escala, em todo o mundo! Sim... No mundo TODO! 
Incluindo as aldeiazinhas em que muitos de nós vivemos! 
Um vírus que pode ser fatal para uma parte mais frágil da população, mas que pode afetar qualquer um de nós. 
Toda a gente sabe, ou deveria saber, o que fazer para controlar a propagação do vírus. Ficar em casa! Isso, muito bem! 
Mas, está toda a gente a cumprir a sua parte? Está toda a gente a dar o seu melhor, por si e pelos outros, para que este pesadelo acabe mais depressa? 
Não, não está. 
E porque é que falei na Páscoa? 
Ora bem, falei na Páscoa precisamente para demonstrar que, muita gente que nunca lhe ligou nenhuma, está agora muito abalada porque não vai ter Páscoa! 
E com isso, não vai ter tudo aquilo que a Páscoa nos traz: roupa nova, cabelos e unhas arranjados, doces com fartura... Coisas importantes, portanto! (estou a ser irónica, note-se!) 
Claro que também há quem esteja triste por não poder visitar os familiares e não poder abraçar os que nos são mais próximos. E aqui se  inclui o meu coração. 
Mas devo notar que muitos dos que agora se queixam, durante o ano não querem saber dos outros! 
Porque os que verdadeiramente se importam com os seus, entendem que, apesar de difícil, apesar de doer, esta é a única opção plausível para todos estarmos protegidos e podermos, depois, recuperar o tempo e os abraços perdidos! 
É muito bonito ir para as redes sociais dar lições de moral, pedir para ficar em casa, mostrar, para que se veja, que se está preocupado, que devemos dar o exemplo e depois o que se faz? 
Vou só ali passear o cão. 
Vou só ali fazer uma caminhada. 
Vou só ali dizer bom dia à vizinha. 
Vou só ali... 
Ficar em casa. 
Cada um na sua. 
Entenderam? 
Custa, a saudade aperta, a vontade de ver o mar, de abraçar os que amamos, de simplesmente ir... 
Mas tem de ser! 
A Páscoa vai continuar cá para o ano e nós, se tudo correr bem, também. 
Foquem-se no que realmente importa, em quem realmente importa. 



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Palavras suspensas

Há dias em que as palavras nos faltam. Dias em que não conseguimos destrinçar o novelo dos pensamentos, nem encontrar aquele fio perdido que nos permite dar seguimento a uma simples frase.  Há momentos em que, simplesmente, não conseguimos traduzir aquilo que estamos a sentir.  Dias tristes, sem razão aparente, em que tudo está exatamente como ontem e, provavelmente, igual ao que estará amanhã. Não falta nada essencial, tudo o necessário, o estritamente necessário, está lá, mas falta tudo o resto.  Falta o calor, falta a luz, falta a brisa no rosto, falta a voz calma e calorosa que nos diz: "Vai ficar tudo bem." "Vai dar tudo certo." "Acredita!"  Nem todos os dias são bons.  Nem todos os dias são de esperança.  Há dias de saudade, de tristeza, de falta de esperança e de perspectivas para dar um passo em frente e seguir.  Há dias em que só apetece "estar".  Estar aqui, pairar pelo dia fora, sem fazer nada que contrarie o rumo qu

Novos tempos

 Vivemos dias estranhos.  Tempos em que deambulamos, tal fantasmas, tentando perceber os quês e os porquês, tentando decifrar o caminho mais seguro, tentando aprender os novos tempos que nos sufocam os gestos e a alma.  Ansiamos por liberdade, por abraços e afetos, por respirar o ar livre de quem sabe o amanhã risonho e seguro.  Por agora resta-nos continuar este trilho inseguro, com um nó no peito, entre o assustados e o expectantes, sem saber quais as verdades que nos estão reservadas.  Cabe-nos seguir com um misto de esperança e incerteza, precavidos e desalentados, com fé no futuro, mas receio nos dias, dando o melhor de nós a cada esquina.  A esperança permanece, por mais dura que seja a viagem. Apesar dos tempos em que nos dizem que as lonjuras são necessárias, esperamos pelo dia em que as distâncias se apaguem e os sorrisos nos voltem abertos e espontâneos, tal como os braços que não mais se fecharão.  Aguardamos pelas mesas, novamente cheias, de risos e gargalhadas, os espaços

Que mundo é este?

O mundo está imundo. Carregado de ódio, invadido por pessoas de mau carácter, ou sem carácter nenhum, cheio de gente desumana, que não valoriza a vida, nem a sua nem a de quem está próximo. Cada dia aumenta o desamor, o rancor, a raiva. Todos os dias sobe o desrespeito pelos outros, pela vida humana. Como é possível desrespeitar aquilo que temos de mais sagrado? Como é possível não olhar a meios para atingir o final que se quer? Como podemos viver num mundo onde o ódio cresce ao virar da esquina? Onde se mata quem deveríamos ter de mais precioso, apenas por cobiça, por mesquinhez, por egoísmo… Como podemos esperar um mundo melhor, se a cada dia que passa, morre mais uma mulher, vítima da maldade de quem um dia amou. O amor não é isto! O amor leva-nos a sermos melhores, a querermos o bem de quem amamos, a preferir sofrer no lugar dessa pessoa, a querer sempre o melhor para ela, mesmo que longe de nós… O amor não nos faz matar por ciúme, por egoísmo, por desejar alguém a