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Novos tempos

 Vivemos dias estranhos.  Tempos em que deambulamos, tal fantasmas, tentando perceber os quês e os porquês, tentando decifrar o caminho mais seguro, tentando aprender os novos tempos que nos sufocam os gestos e a alma.  Ansiamos por liberdade, por abraços e afetos, por respirar o ar livre de quem sabe o amanhã risonho e seguro.  Por agora resta-nos continuar este trilho inseguro, com um nó no peito, entre o assustados e o expectantes, sem saber quais as verdades que nos estão reservadas.  Cabe-nos seguir com um misto de esperança e incerteza, precavidos e desalentados, com fé no futuro, mas receio nos dias, dando o melhor de nós a cada esquina.  A esperança permanece, por mais dura que seja a viagem. Apesar dos tempos em que nos dizem que as lonjuras são necessárias, esperamos pelo dia em que as distâncias se apaguem e os sorrisos nos voltem abertos e espontâneos, tal como os braços que não mais se fecharão.  Aguardamos pelas mesas, novamente cheias, de risos e gargalhadas, os espaços
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Agora

Só por hoje vamos olhar a vida nos olhos.  Só por hoje vamos esquecer o ontem e o amanhã.  Só por hoje vamos pensar no aqui e agora.  Quem queremos aqui, quem nos faz feliz, quem queremos ao nosso lado, no nosso abraço, ao nosso alcance, a quem queremos dar um beijo e dizer "sinto a tua falta".  Gastamos muito tempo a pensar nos "ses" e "porquês". Perdemos tempo a olhar para trás e para a frente, no antes e no depois.  E o agora?  O agora é aquilo que realmente estamos a viver e é onde podemos fazer a diferença.  Nem sempre conseguimos parar o tempo e deixar de viver nas lembranças e nos planos futuros, nem sempre conseguimos esquecer o que já foi, o que já não volta e o que ainda não chegou e é apenas uma incógnita.  Nem sempre é fácil viver a vida em pleno, sem pensar no que foi e no que seria, no que poderia ser ou no que poderia ter sido, se este ou aquele acontecimento tivesse sido diferente. Mas o que conseguimos com isso é apenas uma ilusão. Porque

Fortuna

Quando a vida teima em nos mostrar que é nas pequenas coisas que se encerram aquelas que realmente precisamos para viver. Quando por mais coisas que conquistemos, tudo o que verdadeiramente importa, não é físico, não é palpável, não são coisas. O mundo insiste em mostrar-nos, dia após dia, das mais variadas formas, que se olharmos bem de perto, temos tudo aquilo que precisamos para sermos felizes. Os gestos, as palavras, o carinho, os olhares cúmplices, o estar lá, o ser de verdade, a amizade pura e desinteressada, o apoio, o estar perto, o festejar as vitórias como sendo nossas, o ficar feliz com a felicidade de quem gostamos, o amor, o afecto, a empatia… Podia continuar… Há muitas formas de riqueza, mas estas são apenas exemplos de como podemos ser ricos, sem que isso signifique “TER”. O mais importante será sempre o “SER” e o “ESTAR”. É uma frase feita, mas não deixa de ser verdade: “Não precisamos de muito para sermos felizes.” Esta é a realidade. A verdadeira rique

Deixa o tempo passar...

E quando a esperança começa a esmorecer?  Pensamos: "Amanhã será melhor!"  Mas o amanhã chega e é igual ao hoje, que já tinha sido igual ao ontem...  Esperamos uma luz, um vislumbre de mudança, damos um passo em frente, mas o caminho mantém-se e volta a levar-nos a lugar nenhum.  Olhamos ao redor e tudo parece igual, tudo se fecha à nossa volta e insiste numa espiral repetitiva em que, por mais voltas que dermos, voltamos sempre ao mesmo ponto de partida. Apenas mais cansados, mais céticos e menos crentes no futuro.  Não podemos ficar parados à espera que as oportunidades nos batam à porta, isso é óbvio. Mas as energias esgotam-se em voltas e mais voltas, sonhos e projetos, em metas e ideias que nunca veem a luz do sol. Por mais que se tente, por mais que se pense, por mais que se sonhe, a vida teima em mandar-nos de volta para o mesmo lugar. Como que a mostrar-nos que não basta a nossa vontade, não basta o querer, não basta sonhar.  As coisas acontecem quando e

Coisas que me tiram do sério - Parte 2

Ao olharmos para alguém, na primeira impressão sobre essa pessoa, nada mais deveria importar do que a assumpção da sua boa-fé. Todas as pessoas são boas até prova em contrário. Deveria ser assim.    Todas as pessoas deveriam ser consideradas boas, independentemente de serem brancas, pretas, amarelas ou azul às riscas. Isto seria num mundo ideal. Mas não vivemos num mundo ideal. Vivemos num mundo com histórias, tradições, lendas e mitos e, muitas das vezes, a história fala por nós.   Portugal é um país de brandos  costumes  mas, se olharmos para trás, tudo começou com D. Afonso Henriques a lutar contra a própria mãe pela nossa independência. Fomos um país de descobrimentos, fomos vitoriosos e conquistámos o mundo. Se tudo foi perfeito e isento de violência? Claro que não.   A nossa história, bem como a história mundial, está cheia de atos horrendos, de violência e de crimes. Anos e anos de escravidão, de perseguições em nome da fé, a inquisição, o extermínio de judeus... 

Palavras suspensas

Há dias em que as palavras nos faltam. Dias em que não conseguimos destrinçar o novelo dos pensamentos, nem encontrar aquele fio perdido que nos permite dar seguimento a uma simples frase.  Há momentos em que, simplesmente, não conseguimos traduzir aquilo que estamos a sentir.  Dias tristes, sem razão aparente, em que tudo está exatamente como ontem e, provavelmente, igual ao que estará amanhã. Não falta nada essencial, tudo o necessário, o estritamente necessário, está lá, mas falta tudo o resto.  Falta o calor, falta a luz, falta a brisa no rosto, falta a voz calma e calorosa que nos diz: "Vai ficar tudo bem." "Vai dar tudo certo." "Acredita!"  Nem todos os dias são bons.  Nem todos os dias são de esperança.  Há dias de saudade, de tristeza, de falta de esperança e de perspectivas para dar um passo em frente e seguir.  Há dias em que só apetece "estar".  Estar aqui, pairar pelo dia fora, sem fazer nada que contrarie o rumo qu

A luz das noites

O azul do céu sempre nos faz ver o mundo de uma forma mais positiva.  Olhar o céu, sem nuvens, com o sol a brilhar, é a imagem perfeita para podermos transmitir para a nossa vida essa mesma imagem.  Deixar as nuvens para trás, deixar o vento levá-las para longe e abrir caminho para o calor do sol, para dias luminosos.  No fundo é sempre essa a nossa meta.  Afastar os problemas, deixar para trás aquilo que nos perturba, caminhar o que for preciso até chegarmos a lugares onde o sol brilhe firme no céu.  E vivemos nesta busca constante por dias perfeitos, em que o caminho que fazemos de nada importa e apenas pensamos naquilo que queremos atingir.  Há dias muito difíceis, em que nada dá certo, em que o céu se carrega de nuvens negras e não há vento que as demova.  Há dias em que as forças faltam, os pés não querem caminhar e só queremos que a noite caia para podermos dormir e esperar um novo dia.  Há dias em que apetece desistir, largar tudo, deixar todos os sonhos e metas